sexta-feira, 4 de agosto de 2023

'Dedo na ferida da comunicação: a pesquisa', por Márcio Rocha

Legenda da foto: Informar com qualidade é formar opinião sólida no seu público ouvinte

Publicação compartilhada do site JLPOLÍTICA, de 03 de agosto de 2023

Dedo na ferida da comunicação: a pesquisa

Por Márcio Rocha

As pesquisas de audiência de rádio são uma ferramenta essencial para as emissoras conhecerem o seu público e tomar decisões sobre programação, marketing e vendas. No entanto, nem sempre essas pesquisas são bem recebidas pelos profissionais de rádio.

Um dos principais motivos para isso é que as pesquisas podem mostrar que o perfil do ouvinte de rádio está mudando. Isso pode ser um problema para os profissionais que estão acostumados a um público que foi acostumado com o modelo de rádio dos anos 80 e 90 em que colocar os políticos para brigarem no ar era engraçado, ou mesmo um perfil mais masculino.

Por exemplo, uma pesquisa realizada pela Abert em 2019 mostrou que o público do rádio é cada vez mais feminino e com maior elevação de formação educacional, o que leva a uma busca por conteúdos mais aprimorados, principalmente no que diz respeito ao radiojornalismo.

Outro motivo para a insatisfação dos profissionais de rádio com as pesquisas é que elas podem mostrar que o público está ouvindo menos rádio no horário jornalístico. Isso pode ser um problema para determinados tipos de programa que pararam no tempo e utilizam o mesmo formato de há 40 anos.

Esses não entendem que as emissoras que tocam música estão evoluindo e se fortalecendo cada vez mais, vencendo com vantagem, inclusive, os programas de rádio matinais. O profissional que buscar a evolução profissional, continuará sobrevivendo no mercado.

Apesar dos desafios, as pesquisas de audiência de rádio são ainda uma ferramenta valiosa para as emissoras. Elas podem ajudar as emissoras a entender o seu público, tomar decisões sobre programação, marketing e vendas e se manter competitivas no mercado. E são mais valiosas ainda para quem faz investimentos em mídia, clientes públicos e privados, que sustentam o mercado.

A seguir, vamos ver como houve evolução do perfil de ouvintes, trabalho de crossmedia usando várias plataformas e quais inovações fazem o perfil do consumidor de informação radiofônica mudar. O perfil do ouvinte de rádio mudou muito nos últimos anos. Isso é resultado de uma série de fatores, como o surgimento de novas tecnologias, a mudança dos hábitos de consumo e a diversificação da oferta de conteúdo.

Além disso, o público do rádio está cada vez mais diversificado em termos de classe social, escolaridade e interesses. Isso é resultado da diversificação da oferta de conteúdo, que inclui programas de música, jornalismo, entretenimento, esportes e cultura.

O rádio também está se adaptando às novas tecnologias e aos novos hábitos de consumo. Isso inclui o uso de várias plataformas, como o rádio tradicional, a internet, a televisão e os dispositivos móveis.

O uso de várias plataformas permite que o rádio alcance um público mais amplo e ofereça uma experiência mais personalizada. Por exemplo, o rádio pode usar a internet para transmitir programas ao vivo, disponibilizar podcasts e criar conteúdos interativos.

Também devem ser consideradas as inovações que fazem o perfil do consumidor de informação radiofônica mudar, pois o perfil do consumidor de informação radiofônica também vem se adequando como resultado de uma série de inovações, como o uso de inteligência artificial, a realidade aumentada e a realidade virtual. Quem utiliza as ferramentas de forma inteligente se destaca no mercado. O rádio está evoluindo com o processo de crossmedia.

O uso de inteligência artificial permite que o rádio personalize a experiência do ouvinte, oferecendo conteúdo mais relevante e baseado nos seus interesses. Por exemplo, o rádio pode usar a inteligência artificial para recomendar programas, músicas e notícias.

A realidade aumentada e a realidade virtual também estão sendo usadas pelo rádio para criar experiências mais imersivas. Por exemplo, o rádio pode usar as outras mídias para transmitir programas ao vivo por outros canais de comunicação, como o Youtube, Instagram e Facebook, para criar experiências interativas com os ouvintes. A evolução por parte das emissoras, seguindo os processos de Inteligência de Mercado, é um caminho sem volta para quem quer estar no topo da preferência popular.

As inovações estão mudando o perfil do consumidor de informação radiofônica e tornando o rádio uma plataforma mais relevante e atraente. Quem souber utilizar a pesquisa de forma apropriada para entender seu perfil de público, perfil de anunciante e, principalmente, o perfil de programação, se descolará no mercado e conquistará posições mais vantajosas no universo de audiência.

Como especialista em Inteligência de Mercado, tenho observado como as emissoras sergipanas têm se comportado e vejo que alguns profissionais do radiojornalismo estão imergindo nesses processos, levando não somente a informação transmitida pelas ondas, mas produtos completos de informação que também são serviços de inteligência.

Informar com qualidade é formar opinião sólida no seu público ouvinte. Entretanto, existem aqueles que pararam no tempo, continuam acreditando que seu formato é o melhor e não admitem que está caindo em desuso e perdendo espaço entre a audiência e quando conflitados com os resultados apresentados sentem como se empurrassem o dedo na ferida.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica com br

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