Flávio Foster: O locutor mais ‘xonado’ do rádio
Publicado originalmente no site FAN F1, em 20 de maio de 2018
Por Célia Silva
O Fan F1 inicia neste domingo uma série de reportagens
contando a história de cada um dos locutores que fazem a Fan FM de Aracaju
e Carmópolis. Abrindo a série, vamos
traçar o perfil de Flávio Foster, um alagoano, nascido há 54 anos na cidade de
Penedo e que tem como princípio de trabalho levar música, mas também, mensagens
inspiradoras que alimentem o corpo e a alma.
As manhãs na Fan, de segunda sexta-feira, são de Flávio
Foster. Logo após o Jornal da Fan, às 9h, o “Locutor xonado demais”, um de seus
bordões preferidos, abre o Show da Fan com uma mensagem espiritualista. “Tudo
depende de como começamos o dia. Por isso é tão importante começar ouvindo
coisas boas, tendo pensamentos e sentimentos bons e, acima de tudo, com
palavras que alimentem positivamente a alma”, disse o locutor que fica no ar
até às 13h.
Flávio Foster nasceu no dia 3 de junho de 1964. Aos seis
meses de idade, seus pais foram para o Rio de Janeiro onde fixaram moradia por
20 anos. Em 1986, voltaram para Aracaju e ele foi trabalhar na TV Atalaia, não
em estúdio, mas como cobrador.
“O sonho de fazer rádio vem da infância. Pegava um pedaço de
pau e fazia de microfone. As caixas de som eram duas latas de óleo”, relembra
Foster que só foi se tornar profissional do rádio em 1987, ao concluir o curso
de radialista.
Flávio Foster na Rádio LBV, São Paulo.
Foto: Arquivo pessoal
Busco a essência – Em 1988, aos 24 anos, depois de uma breve
passagem como operador de áudio pela Atalaia AM, vai para São Paulo, onde
consegue emprego na Rádio da Legião da Boa Vontade (LBV) de Alziro Zarur e
Paiva Neto. “Lá tive um grande professor, o jornalista e radialista José de
Paiva Neto, que me inspirou a fazer rádio com essência”, disse.
E que essência é essa? “É fazer rádio com espiritualidade,
levando mensagens positivas. Tudo que faço e falo busco inspiração na
espiritualidade. Dessa forma, a medida que cresce meu trabalho, cresce também a
minha responsabilidade. Por isso minha prece em cada manhã é a seguinte: “Meu
Deus! Intua-me para que eu possa falar o que as pessoas estão precisando ouvir!
”.
Flávio conta que teve grandes professores para isso na vida,
além de Paiva Netto: Paulo Coelho, Zibia Gasparetto, Luís Gasparetto (que
partiu recentemente) Augusto Cury, Osho, Dalai Lama, além de tantos outros
escritores, psicólogos e psicanalistas que leio diariamente.
Sempre pensei que o tempo no rádio, assim como o tempo das
pessoas, é muito precioso, então, nessas quatro horas em que passo com meu povo
quero levar boas informações para as famílias e no universo de milhões de
canções, tocar aquelas que mais tocam e engrandecem os casais, as famílias.
Ele acorda de segunda a sexta às 3h para preparar o
programa. “Pesquiso dicas e mensagens, além de uma programação musical em que
toda a família, das crianças até a vovó, possam ouvir, com muita descontração e
boa energia. Sempre pensei que o tempo no rádio, assim como o tempo das
pessoas, é muito precioso, então, nessas quatro horas em que passo com meu povo
quero levar boas informações para as famílias e no universo de milhões de
canções, tocar aquelas que mais tocam e engrandecem os casais, as famílias,
enfim”, relatou Foster.
Carreira profissional – O locutor dos Modões que começou
pela Atalaia AM e Rádio LBV, na década de 80, passou pelas rádios Aracaju FM –
hoje 103 FM – e Delmar FM (locutor e diretor artístico), do saudoso empresário
José Carlos Silva, teve uma rápida passagem por uma pequena rádio na cidade de
São José dos Campos, em São Paulo, e ao retornar, pela 103 FM.
Em Aracaju, recebeu o convite de Paiva Neto para coordenar a
Rádio Cristal LBV, da cidade de Salvador (BA), onde permaneceu até o ano de
2000. Voltou e foi para a Ilha FM, onde começou a fazer um jeito novo de rádio,
inserindo na programação, reflexões positivas.
“A emissora, com estúdio na Barra e com apenas 1 Kw,
tornou-se uma das mais ouvidas na capital, com a direção da amiga Geane
Mendonça. Aos poucos fui inserindo uma reflexão a cada hora no programa que
fazia das 5 às 9 da manhã. A rádio, que era ouvida em todos os ônibus da
cidade, me deu a oportunidade de emocionar muita gente que pegava ônibus para
ir ao trabalho. Tenho muitos relatos de pessoas que perdiam o ponto para
terminar de ouvir as mensagens e outros que se emocionavam às lágrimas dentro
do ônibus”, conta.
Mas, em 2003, se desligou da Ilha e voltou para a 103. “Ao
mesmo tempo fui convidado para a rádio Jornal AM, pois o diretor Augusto Jr,
fez uma pesquisa para saber qual locutor o público queria na Jornal 540. Meu
nome foi o mais citado. Me desliguei da 103 FM, mas fui convidado pela Mega FM,
uma indicação do meu amigo Sandro de Miro, com quem comecei uma grande amizade
sincera e pura no ano de 2001. Passei algum tempo fazendo as duas rádios
simultaneamente, mas sempre com o mesmo segmento de meu programa. Algo que
nunca abri mão, pois sempre foi a essência de Flávio Foster”, relembra.
Algo que nunca abri mão, foi a essência de Flávio Foster
Em 2009, retorna à Ilha FM onde fica até 2012. Por
discordâncias com a coordenação artística, decide tomar novos rumos e segue
para a cidade de Tobias Barreto, para a rádio Luandê, onde fica até vir para a
Fan FM Aracaju. “Recebi um convite muito especial do senhor Miro para voltar a
Aracaju” disse.
Wilma e Flávio estão casados há 28 anos.
O casal tem dois
filhos e dois netos.
Foto: Arquivo pessoal
Vida em família – Flávio Foster é casado com Wilma Foster há
28 anos. O casal tem dois filhos – Igor Leonardo, 25, e Flávia Gaspar, 14 – e
dois netos – Liandra Sophia, 4, e Davi Leonardo, 1. O hobby do “Rei das manhãs”
é tomar uma gelada com a esposa no “nosso boteco particular”.
“Como eu sou feliz quero ver feliz quem andar comigo” é
outro bordão usado por Flávio Foster em seu programa, mas nem tudo na vida dele
são flores. “Atravessei dificuldades mil”, conta. Em São Paulo ou em Minas
Gerais, ele diz que são vencidas com a ajuda da fonte maior de inspiração da
vida dele – Jesus.
“Em 2007, atravessando um período conturbado da minha vida,
muitas dificuldades financeiras, decidi deixar tudo aqui em Aracaju e tentar a
vida na cidade de minha esposa, onde toda família dela reside, João
Pinheiro-MG. Fui embora com auxílio de muitos amigos, inclusive Sandro de Miro
e sua família”, relembra com sentimento de gratidão.
Lembro com muitas saudades do meu pai, que era meu ouvinte
maior, era presente em todas as horas onde e quando eu fosse preciso. Meu pai
sofria com minhas lutas e se alegrava com minhas conquistas. Nunca pude dar a
vida que meu pai merecia, mas dei todo amor e respeito que ele sempre foi
merecedor.
Hoje tenho uma vida simples e de muitas dificuldades, como
trabalhador brasileiro, mas minha riqueza é meu trabalho, a conquista de
milhares de ouvintes e seguidores e as centenas de relatos de que meu trabalho
ajudou casamentos, pessoas a saírem da depressão e a tornar cada um que me ouve
uma pessoa melhor.
Flávio ao lado do pai Dermeval e da mãe, Nilda dos Santos
Alimento de fé – “Quando eu morava em Salvador e fiquei
desempregado. Minha esposa trabalhava e eu ficava tentando uma vaga no rádio.
Todo dia, meio-dia ela me ligava, no intervalo do almoço pra falar comigo e
falava pra mim ligar em um telefone que tinha uma mensagem linda. Eu ligava no
telefone fixo e cada dia era uma mensagem de força e fé. Aquilo foi me mantendo
vivo e de pé com esperança de sair daquela situação difícil.
Ele disse que agora é só gratidão. É grato a Deus, ao
presidente do Grupo Miro Santos “por ter mais uma vez acreditado em meu
trabalho e ter me permitido ser Flávio Foster, sem perder minha essência, ao
meu pai, meu maior ouvinte, sempre, minha mãe, e a minha família”, disse Flávio
Foster, o locutor mais xonado do rádio.
Texto e imagens reproduzidos do site: fanf1.com.br
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