Publicado originalmente no site DESTAQUE NOTÍCIAS, em 26 de setembro de 2021
Rádio se reinventa para atingir novos públicos
O rádio tem sido muito beneficiado com o conteúdo multiplataforma
O rádio, assim como todos os outros meios de comunicação, têm se adaptado às novas tecnologias. E repetiu, de certa forma, o processo vivido com a chegada da televisão, que propunha o rádio com imagem e daí absorveu os atores, os cantores e os técnicos, porque no Brasil não existia profissionais da área para operar o veículo. Com a chegada da internet, desde os anos 2000, veio um novo desafio.
E como meio de comunicação, o rádio é quem mais está se
beneficiando com o conteúdo multiplataforma. “Porque muda completamente a
característica da linguagem sonora, que no rádio é caracterizada pela
efemeridade. Por ser passageira, as pessoas tinham de estar ouvindo naquele
momento, senão perdiam a informação. Esse é o primeiro ponto”, assegura a
professora Juliana Almeida, dos cursos de Comunicação Social da Universidade
Tiradentes (Unit Sergipe).
Por ser um investimento alto, nem todas as emissoras se
tornaram multiplataforma, mas muitas delas trataram de criar seus espaços em
redes sociais, como Facebook, Instagram e YouTube. De acordo com Juliana, “é
impossível pensar em qualquer meio de comunicação que não tenha essa projeção
na internet” e um dos fatores para isso é a mudança na linguagem do rádio,
imposta pelas características da Internet, que tornam o conteúdo atemporal,
acessível ao ouvinte-espectador a qualquer momento.
“A internet faz com que a linguagem radiofônica se torne
perene. Justamente na parte dos podcast, isso vai liberar o ouvinte daquela
obrigatoriedade de estar naquele momento tendo de ouvir o rádio. Ele pode ouvir
aquele conteúdo em qualquer tempo. Lógico que a dinâmica do podcast é diferente
das transmissões radiofônicas. Além disso, o rádio passa a ter ‘cara’. As
transmissões pelas redes sociais, pelas mídias sociais, especialmente YouTube são
transmissões com cada vez mais sucesso, porque dá a possibilidade do ouvinte
entrar nesse imaginário sonoro que é o rádio”, argumenta Juliana, que também é
pesquisadora em rádio e comunicação.
“Vendo” o rádio
Quem nunca sonhou como era a imagem dos locutores de rádio
preferidos? Ao ouvir o rádio, formamos imagens mentais sobre quem é o que se
está falando. “O rádio é um meio unissensorial, que através de sons tem que
imaginar aquelas situações. Então o fato de fazer transmissões das
apresentações dos programas, por mais que seja no estúdio, parado, já dá uma
outra dinâmica em termos de produção, apresentação e mesmo na experiência do
consumidor da informação”, diz a professora.
Ela cita como exemplo o programa A Voz do Brasil, gerado
pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e no ar desde 1939. Além de
transmitido obrigatoriamente pelo rádio, ele pode ser visto pela TV e pela
internet. “Quem Imaginava isso? Hoje você pode acessar o site da EBC, da Rádio
Nacional de Brasília, e consegue ver os apresentadores arrumados, num estúdio
muito bonito, apresentando A Voz do Brasil”, citou, destacando que muitos
outros programas de rádio também podem ser assistidos em multiplataforma.
Podcasts
Outro sinal de integração do rádio a outros formatos de
mídia está nos podcasts, que podem ser baixados e ouvidos a qualquer momento,
além de oferecer uma diversidade de assuntos e informações. Eles vêm ganhando
milhões de espectadores e se constituindo um importante nicho de mercado. “Nos
Estados Unidos, tem jornalistas ganhando muito dinheiro com podcast. Aqui no
Brasil o número de ouvintes de podcast tem crescido bastante inclusive as
grandes redes jornalísticas já estão apostando pesado em podcast, por ser uma
mídia leve, que pode ouvir em qualquer lugar, e levar lá no celular, ouvir pelo
fone, não ocupa muito espaço e nem gasta muita internet como o vídeo, e informa
igual”, ressalta a professora.
Juliana acredita que o fato de o rádio agregar para si
outras plataformas é uma forma de aproximá-lo dos jovens e renovar o seu
público no futuro. “Essa adaptação é fundamental e o rádio é o rei dos meios de
comunicação que tem de se adaptar às mudanças. Sempre decretam a morte do
rádio, de repente o rádio ressurge e ocupa outros espaços, definiu Juliana.
Fonte: Ascom/Unit
Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário