Foto: Divulgação.
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade.Net, em
19/10/2015.
RADIALISTA.
“Eu conseguia parar Sergipe”.
Entrevista: Francisco Carlos.
Por: Eugênio Nascimento/ Da Equipe JC
Nascido em 1954, em Aracaju, o radialista Francisco Carlos,
que tem 47 anos de profissão, vai se aposentar. Ele foi um fenômeno de
audiência em Sergipe com a “Paradinha do Chicão”, que nos anos de 1970 e parte
dos anos de 1980 parava o Estado quando entrava no ar. Dos pedreiros aos
estudantes, do policial ao juiz e o advogado, da dona de casa aos profissionais
da medicina, da empregada doméstica ao político, engenheiro, carteiro,
ferroviário, comerciário, comerciante... todos ouviam das 10h às 12h a Paradinha
do Chicão. Eles trabalhavam com rádio de pilha “no pé do ouvido” ou a energia
ligados nos sucessos do momento.“Comecei no rádio com 14 anos de idade, na
Rádio Difusora, hoje Aperipê. Só depois do programa “As 14 mais” fui para a
Rádio Atalaia, levado pelo finado Carlos Mota, onde entrou no ar a “Paradinha do Chicão”, lembra. Ele destaca
ainda que o seu programa, em alguns dias, atingiu perto de 100% de audiência no
Estado. O seu desempenho nas pesquisas era o terceiro maior da história do
rádio em Sergipe, só perdendo para o “Informativo Cinzano”, com Silva Lima, e o
“Calendário”, com Santos Mendonça. Agora Chicão vai se aposentar e para
relembrar os seus anos de sucesso, o Jornal da Cidade publica os trechos de uma
entrevista que nos foi concedida na segunda e terça-feira.
Jornal da Cidade - Quando teve início a carreira do
radialista Francisco Carlos, o “Chicão”?
Francisco Carlos - Em 1968, na Rádio Difusora, atual
Aperipê, quando eradiretor Raimundo
Silva,irmão de Raimundo Luiz . O nome do
meu primeiro programa era“As 14 mais”. Nele acontecia a apresentação das 14
músicas mais solicitadas pelos ouvintes durante a semana.As 14 mais era aos
domingos das13h às 14h. Foi um programa criado e dirigido pelo saudoso
jornalista e diretor artístico da emissora,Jailton Oliveira.
JC - Quando teve início a sua maior projeção, no caso com a
“Paradinha do Chicão”?
FC - A “Paradinha do Chicão esteve em atividade durante 12
anos na Rádio Atalaia. Depois disso fiz também na Rádio Jornal,por seis meses.
Mas o sucesso forte mesmo foi na Atalaia,com uma media de 94 por cento de
audiência. Naquele tempo a pesquisa do Ibope era feita de três em três meses.
Em algumas das pesquisas, a Paradinha obteve 100 por cento de audiência. As
pesquisas da época mostravam a Paradinha
do Chicao como o terceiro programa mais ouvido na historia do radio sergipano.
A ordem nas pesquisas era a seguinte: 1º lugar Informativo Cinzano, com Silva
Lima; 2ºlugar “O calendário”, com Santos
Mendonca: e 3º lugar a Paradinha do
Chicão com Francisco Carlos.
JC - Que tipo de música era tocada na Paradinha?
FC - Todo tipo de música desde a bandinha de pífano de
Caruaru (PE) ate Pink Floyd, dependia do momento do programa. O programa não
tinha roteiro. A música era tocada de acordo com o assunto falado.Toquei muito
os Novos Baianos, Belchior e o Pessoal
do Ceara, além de uma cantora muito boa chamada Kátia de França, Elba Ramalho, Amelinha e muitas outras.
JC - Qual o horário?
FC - De segunda a sábado das 10h ao meio-dia na Rádio
Atalaia AM. Uma vez ou outra o programa ia para o interior. Era uma festa na
cidade em que a gente ia fazer o programa.
JC - O programa era feito sempre no estúdio?
FC - Normalmente era feito em estúdio com auditório,quando
era feito no interior do Estado.
JC - Qual era o seu público?
FC - De A a Z, da penitenciaria do Bairro América ao
Tribunal de Justiça. O meu trabalho tinha muitos admiradores. As pessoas
gostavam do meu estilo de fazer rádio e comentavam muito o meu programa. O meu
público estava em todas as classes sociais e do estudante ao profissional mais
qualificado.
JC - Então, o seu programa ouriçava Aracaju?
FC - Sim. Muita gente fazia suas tarefas ouvindo o programa.
Há o caso de uma aluna do Colégio Costa e Silva que assistia aula de Matemática
com um fone no ouvido . Outro caso interessante foi o da cozinheira do
restaurante “O Tropeiro”, que, curtindo o programa ,acidentalmente, o seu
radinho de pilha caiu dentro do
caldeirão da comida que preparava. Ela só não perdeu o emprego porque o dono do
restaurante (Ari), também era ouvinte do programa e deixou pra lá. Os pedreiros
trabalhavam nas obras ouvindo “Preta, Pretinha, dos Novos Baianos, cantando e
dando uma dançadinha de vez em quando. O programa era ouvido nas lojas de
Aracaju, pelos comerciantes, comerciários e consumidores (clientes). Resumindo,
as pessoas trabalhavam, estudavam, praticavam esportes ou simplesmente nada
faziam na hora da “Paradinha do Chicão”.
JC - Você tinha ídolos do rádio na época da “Paradinha”?
FC - Quem me convidou (me deu essa grande oportunidade) para
Radio Atalaia foi o saudoso Carlos Mota. Tive como meus ídolos e sempre me
espelhei nos radialistas Dermeval Gomes e Hélio Ribeiro. Aproveito o momento
para lembrar com gratidão do grande jornalista e radialista Santos Santana.
Foiele quem me deu um estagio na Rádio Difusora(eu tinha 14anos)e tudo começou
ali. A Radio Difusora sempre foi conhecida como a Escolinha do Radio. De lá
saíram Wolney Silva, para a Voz da América, nos Estados Unidos,Luciano Alves,
para a Radio Globo(RJ), .e tantos outros aqui no radio sergipano e por esse
Brasil a fora.
JC - A vida de radialista top lhe rendeu dinheiro?
FC - Boas lembranças e sentimento de dever e missão
cumpridos, graças a Deus. Sucesso até 1986. Dinheiro? Não. Mas dava para viver,
não dava para guardar nada.
JC - É prazeroso trabalhar no rádio?
FC - Já estou me aposentando. Ficarei na saudade dos amigos
que fiz dentro e fora do meio radiofônico. É muito legal fazer rádio, é muito
prazeroso.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
Grande radialista, no final dos anos 70, não havia melhor, com a Paradinha do Chicão e a Rádio Rilex.
ResponderExcluirEu ouvia aqui em Olho d água das flores Alagoas, uma das vozes mais bonita do Rádio Sergipano parabéns Chicão.
ResponderExcluirA Paradinha do Chicão, era um momento de alegria para os ouvidos sergipanos. O radialista tinha um entonação e narrava um texto como ninguém. Bons tempos e lembranças que ficarão guardados na mente daqueles que souberam e sabem apreciar o trabalho de todo excelente profissional. Chicão desemprenho a função com maestria!!
ResponderExcluirTudo q chicao fala aí é pura verdade eu sou trabalhava numa csa na av João Ribeiro próximo da emissora onde ele trabalhava e ele ia nessa casa uma vez ou outra ,estou a mais de 40 anos em São Paulo ,eu trabalhava ouvindo rsrs a paradinha do chicao
ResponderExcluir