quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Entrevista com o radialista da CBN, Roberto Nonato



Entrevista - Roberto Nonato.

Ele apresenta atualmente o Jornal CBN 2º Edição e o Lado B da Bola, faz parte da equipe da Rádio CBN desde sua estreia em 1991.

É um dos âncoras mais respeitados do rádio brasileiro. Além de notícias, também trabalha na rádio musical Antena 1 desde 1993.

Já passou pelas rádios São Sebastião, Beira Mar FM, Excelsior, Jovem Pan 2 e Eldorado.

Além do rádio, também já apresentou telejornal e Carnaval na TV.

É blogueiro e amante de futebol.

Ao Blog do Guinho César, ele concedeu uma entrevista exclusiva e falou sobre trabalho, futebol, Dilma Rousseff, família e muito mais.
Confira agora a entrevista com o jornalista Roberto Nonato.

BGC: O que é jornalismo pra você?

RN: Jornalismo é uma atividade de comunicação e empresarial que busca levar informação para a sociedade. Dentro dessa perspectiva, cabe ao profissional trabalhar com honestidade e buscar isenção no tratamento das notícias para a construção de uma sociedade melhor e mais justa.

BGC: Você trabalha em dois ramos bem distintos na rádio FM (música e notícia). Qual é o seu preferido?

RN: Gosto muito dos dois ramos. A música é o que dá leveza à vida, serve como entretenimento. As notícias produzem conhecimento e servem para tornar as pessoas mais conscientes de seus direitos e deveres. Gosto muito de música, mas, se tivesse de escolher, escolheria as notícias, sem rotina, agregando conhecimento e percepções.

BGC: E como surgiu esse amor pelo rádio?

RN: Gosto muito de rádio desde a adolescência. Primeiro como ouvinte e depois com a vontade de trabalhar no veículo. O gosto pelo rádio vem desde os 15 anos, mais ou menos. O início do trabalho, aos 17 anos, só fez aumentar essa vontade de trabalhar no veículo.

BGC: Em quem você se espelhou/inspirou para chegar até aqui?

RN: Não tive uma única inspiração. O fato de gostar de ouvir músicas e vozes bem colocadas fez com que ouvisse muitos profissionais que serviram de inspiração. Além disso, entrei no rádio muito cedo e com isso passei a prestar mais atenção em antigos profissionais que pudessem acrescentar ao meu trabalho.

BGC: Vida de jornalista é sempre agitada. Como você consegue dividir seu tempo com trabalho, família e amigos?

RN: Acho que você é jornalista o tempo inteiro, praticamente 24 horas. Se estiver na rua e observar algo, basta passar a mão no telefone e comunicar a redação ou até mesmo entrar no ar. Mas, isso não faz com que você fique desligado das outras coisas importantes para sua vida. É possível conciliar essa atenção aos fatos com a família e os amigos também, não há nenhum tipo de incompatibilidade. Basta saber separar e valorizar os momentos para família e amigos.

BGC: Na CBN desde 1991, quais foram as mudanças significativas no jornalismo radiofônico brasileiro que você gostaria de destacar?

RN: Acho que temos um jornalismo com uma maior interação com o ouvinte. Hoje, basta um clique no computador e o ouvinte interage com o âncora, passa uma informação (que deve ser checada) ou faz uma pergunta e participa da entrevista. Além disso, observo que o público hoje é mais consciente de seus direitos e mais participativo na vida social, o que faz com que o profissional tenha de estar mais bem informado e atento à opinião da sociedade. A grande mudança que observo é essa interação maior com um público cada vez mais bem informado.

MUNDO CORPORATIVO: CBN

BGC: Estar tanto tempo no rádio, requer muita disciplina. Qual seria o conselho que você daria para os novos profissionais desse mercado?

RN: O recado é ter humildade, buscar inspiração em bons profissionais e nunca desligar os ouvidos do mundo. Sempre estar atento às inovações e observando o mundo em sua volta. Nunca imagina que sabe tudo, isso não existe.

BGC: Gafes no jornalismo ao vivo são muito comuns. Você já passou por alguma gafe que gostaria de compartilhar com nossos leitores? E como você lida com o improviso nesses momentos?

RN: Gafes já passei por muitas. Umas mais graves, outras mais tranquilas. Já troquei nome de entrevistado, já tive o nome trocado pelo entrevistado. Já tive operador que desabou da cadeira com o programa no ar. Não existe uma fórmula para lidar com isso. Já cai na risada em algumas ocasiões. Em outras, simplesmente pedi desculpas e retomei o assunto. Depende da gafe e do momento, mas esse improviso só vem com o tempo de profissão e de microfone.

BGC: Qual é sua relação com as redes sociais, e como elas interferem no seu trabalho?

RN: As redes sociais fazem parte da nossa rotina e devem se manter assim. Elas ajudam o profissional, especialmente na aproximação com o ouvinte. Além disso, serve para envio de pautas, denúncias, críticas, etc. São fundamentais nos dias de hoje e auxiliam muito.

BGC: Vamos falar de futebol, que é uma grande paixão sua. Quais são as suas considerações sobre a realização da copa do mundo no Brasil, inclusive a organização do país para esse evento?

RN: Acho que tivemos tempo e nos preparamos mal. As obras ficaram prontas apressadamente, outras não foram concluídas. Parece ter faltado planejamento e cobrança de agilidade. Além disso, acho desnecessário pensar uma Copa como a Alemanha realizou. Devemos fazer um evento dentro de nossas possibilidades. Acho que poderia ter ocorrido uma preparação melhor e sem atropelos.

BGC: Você está na FM há muito tempo. Com a migração das emissoras AM para a FM, o que você acha que poderá mudar no que diz respeito a audiência?

RN: Acho que audiência se renova automaticamente e caberá aos profissionais e empresários do setor a adoção de uma programação dirigida à esse novo público. Não é possível pensar em coisas que marcaram o rádio dos anos 1970, estamos numa nova época, com outras necessidades, outras cabeças e outras idades também. Mas, a recepção do rádio será fundamental para cativar esse ouvinte. Nisso, o som do FM é melhor que o do AM, sem dúvida.

BGC: Como você avalia o atual momento do governo Dilma Rousseff?

RN: A presidente enfrentou um período de manifestações que foram às ruas e me parece também um “grito” contra as irregularidades descobertas no cenário político como um todo. Como ela é a presidente da vez, ficou com esse enfrentamento. Além disso, tem a preocupação com a inflação rondando há algum tempo. Isso tudo faz com que o momento não seja dos melhores, mas faz parte da vida de todo político.

BGC: Você já apresentou telejornal? Nos fale sobre essa experiência.

RN: O telejornal é uma atividade que requer menos improviso, mas também é algo muito bom de fazer. Requer uma afinação com a equipe que trabalha no jornal e um acerto mais detalhado do que vai ao ar. Fiz também a narração do carnaval no Canal Viva, uma experiência bem interessante também. Mesmo fazendo o carnaval há anos na CBN, quando a cobertura é televisiva a postura é outra. Afinal, no rádio não temos imagem e na tv temos muita imagem. Nisso, é importante não trazer o óbvio e acrescentar mais informações à cobertura.

BGC: Quais são seus planos para o futuro? Ainda tem projetos no rádio que gostaria de realizar?

RN: Não costumo planejar as coisas. Acho que quando realizamos um trabalho honesto, e tentamos fazer o melhor possível, as oportunidades aparecem. O objetivo é continuar aprendendo e tentando fazer um bom trabalho.

BGC: Qual sua opinião sobre o diploma para jornalistas? É possível ser jornalista sem diploma?

RN: Eu defendo o diploma. Acho que é importante ter uma base escolar. O diploma também ajuda a disciplinar a atividade.

BGC: Alguns especialistas dizem que o futuro do rádio é a segmentação. Você concorda? Porque?

RN: Concordo. O ouvinte quando quer uma informação, busca uma rádio que seja referência nisso. Se ele quer ouvir rock, sabe onde encontrar sua emissora. O mesmo se aplica ao esporte e assim por diante. Ent​ão, acho que esse é um caminho natural.

BGC: Dicas do jornalista:

Viagem: Manchester e Tel Aviv

Livro: O Homem de gelo, de Philip Carlo

Filme: Batismo de Sangue

BGC: Em apenas uma palavra:

Fé: Necessário

Deus: Guia

Família: Tudo

Trabalho: Dedicação

Jornalismo: Honestidade

Música: Liberdade

Roberto Nonato: Profissionalismo

Amigos: Essenciais

BGC: Deixe sua mensagem para os futuros comunicadores?

RN: Acho que o fundamental é se dedicar ao trabalho, fazer com vontade e não observar as adversidades porque elas existem em todas as profissões. Deve-se prestar atenção nos grandes comunicadores e procurar extrair e absorver o que eles têm de melhor. Além disso, humildade sempre e procurar tratar todos como eles gostariam de ser tratados.

O Blog do Guinho César agradece a atenção e lhe deseja muito sucesso em sua carreira e vida pessoal.

Texto e imagens reproduzidos do blogdoguinhocesar.wordpress.com

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