domingo, 28 de dezembro de 2025

'César Cabral e sua história no rádio', por Osmário Santos

Artigo compartilhado de post do Facebook/História e Cultura de Propriá, de 21/09/2014

César Cabral e sua história no rádio
Por Osmário Santos

Cancelou o curso de economia no sexto período e seguiu em frente e de bem com sua bela carreira no rádio e na televisão em Sergipe

Luiz César Aragão Cabral — César Cabral — nasceu a 31 de outubro de 1950, em Propriá-Sergipe. Seus pais: Aloysio Leite Cabral e Elizete Aragão Cabral.

Seu pai, falecido em 1976, foi bancário, funcionário do Banco Mercantil Sergipense, que passou a se chamar Mercantil do Nordeste, Auxiliar de São Paulo e, atualmente, Unibanco. Trabalhou nas agências de Própria, Tobias Barreto e Aracaju. Era simpatizante da antiga UDN, amigo pessoal do ex-deputado Wolney Melo participou por diversas vezes de campanhas políticas em Propriá.

Sua mãe, Elizete, natural de Itabi, mulher de beleza escultural, criou os oito filhos com bastante rigor dando a todos exemplos de honestidade, religiosidade e amor ao próximo.

A sua infância transcorreu em Propriá, de onde guarda boas recordações. Foi aluno da Escola N. Sª. Auxilia-dora e do Ginásio Diocesano de Propriá. Em Aracaju, estudou no antigo Educandário Alfredo Montes, com a professora Izabel Smith, e no Colégio Pio Décimo. Concluiu o primeiro grau em Propriá, no Ginásio Diocesa-no, tendo como “paraninfo” o então deputado José Carlos Teixeira. “A festa de formatura aconteceu no 12 Tênis Clube, com Medeiros e seus Big Boys”. Era o ano de 1966. Lembra, com gratidão, os professores Gentil Guedes, Irmã Britto, José Soares, Izabel, Zito e Deusdete (uma de suas primeiras professoras), dentre outros. Foi aluno do Colégio Benjamim Constant (atual Escola Agrotécnica) do Quissamã, onde concluiu o Curso de Técnico Agrícola. Recentemente, em 1999, organizou juntamente com Avelar Feitosa, Deilton Quin-tiliano e Milton Oliveira a festa alusiva aos 30 anos de conclusão do curso. “Foi um reencontro memorável”. Orgulha-se de ter sido aluno de renomados mestres como Jonofon, Luiz Carlos Fontes de Alencar (hoje ministro), Tenisson Aragão, Mathias Paulino, Dr. Antônio Barreto, Anderson Barreto, Laonte Gama, entre outros. Em 1971 ingressou na UFS. “Vestibular difícil. Cada prova era eliminatória. O aluno somente fazia a prova seguinte se alcançasse o número mínimo de pontos exigidos. Era uma verdadeira guerra”. Aprovado no vestibular de Economia abandonou o curso no sexto período. 

A sua juventude foi vivida entre Propriá e Aracaju. De Propriá lembra dos carnavais, das festas de São João, das quermesses, das competições esportivas. “Das Festas de Bom Jesus da época do saudoso vapor Co-mendador Peixoto. 12 Tênis Clube, Cavalheiros da Noite. Tempo em que o América e o Propriá tinham boas equipes com Jurinha, Miro, Maromba, Bobô, Geraldo, Enário, e tantos outros. Propriá era, de fato, rica, prós-pera e feliz”. 

Começou a trabalhar como funcionário público em 1970, contratado como técnico agrícola pela então Super-intendência da Agricultura e Produção (SUDAP) criada no Governo de Lourival Baptista. Inicialmente traba-lhou na Divisão de Agricultura, ao lado de jovens engenheiros agrônomos como Geraldo Barreto, Fernando Lopes, Bernardo Lima, José Trindade, Luiz Simões, etc. Depois foi transferido para a Divisão de Organização Agrária, que tinha como chefe o economista Francisco Geraldo Soares de Santana. Trabalhando na divulga-ção do cooperativismo chegou ao rádio quase que por acaso. “É que a Sudap mantinha um convênio com a Sudene com o objetivo de capacitar dirigentes de cooperativas, estimular o associativismo e divulgar o siste-ma através de programas de rádio. A recomendação era que o programa deveria ser apresentado (de prefe-rência) por um casal de técnicos, pois, assim, haveria melhor identificação com os agricultores. A apresenta-dora já estava escolhida: era Salete Xavier, dona de uma voz bastante agradável e profunda conhecedora do cooperativismo”. Dentre os técnicos da Divisão, César foi o último a gravar. Aprovado por unanimidade pelos colegas iniciou em 1970 a sua longa carreira na imprensa sergipana. César Cabral e Salete Xavier apresenta-ram durante muitos anos o programa Sergipe Agrícola, na Rádio Cultura de Sergipe. César diz que é um privilegiado da sorte pois começou a fazer rádio na melhor emissora da época. O destino se encarregou de colocá-lo no meio das “feras” com as quais, aliás, aprendeu tudo o que sabe até hoje. “Além da Equipe Cam-peã, comandada por Carlos Magalhães, a Cultura tinha nos seus quadros Gilvan Fontes, Irandi Santos, Sér-gio Souza, Manoel Silva, João Batista, Santos Santana, Hélio Fernandes, Dermeval Gomes, e tantos mais”. Em 1973, foi contratado pela Rádio Difusora, que funcionava no Palácio Serigy. Abria literalmente a emissora às 5 horas da manhã. Foi lá que aprendeu a fazer um rádio mais solto, mais povão. Trabalhou com verdadei-ros artistas tais como Josa o Vaqueiro do Sertão, Gerson Filho e Clemilda, Taiobinha. A programação da velha Difusora também contava com as participações de outros artistas como Meloso, Esquerdinha, seu Oscar, Palmeirinha da Bahia, Adalto e Adailton e muitos outros. Por lá também estavam Silva Lima, Antônio Poderoso, Jailton Oliveira, Luiz Trindade e o jovem Francisco Carlos, que mais tarde seria simplesmente “Chicão”, uma das mais belas vozes do nosso rádio. Na Difusora permaneceu até 1979, quando a mesma já funcionava na rua de Propriá. Nova fase, novos estúdios, nova programação. César Cabral trabalhou com Jairo Alves, Adalvo Fernandes, Oliveira Júnior, Paulo Lacerda (com quem formou uma excelente dupla na apresentação do programa Show Esportivo). Lembra que foi nessa fase (meados de 75) que surgiram Ro-berto Silva, Raimundo Macedo, Augusto Júnior, Glau Peixoto, Beneti Nascimento, e outros mais, todos incen-tivados por Carlos Magalhães que montou uma excelente equipe esportiva que contava ainda com Antônio Barbosa, Canabrava de Mendonça e José Eugênio de Jesus. “Foi nessa época que com a coordenação do Jairo Alves eu e o Paulo Lacerda ancoramos grandes coberturas jornalísticas como eleições e vestibular, iniciando uma nova fase no rádio sergipano. Eu e o Paulo nos afinamos muito bem no comando desse tipo de transmissão. Os repórteres entravam sempre ao vivo de vários pontos (difícil na época) valorizando sobrema-neira o radiojornalismo da emissora. Foi uma época em que vibramos bastante com a conquista dos elevados índices de audiência. Foi mais do que nunca, um verdadeiro trabalho de equipe”, sentenciou.

Em 1975 foi convidado por Reinaldo Moura para participar do programa Sábado Geral que era apresentado, ao vivo, pela TV Atalaia. Como jurado, participava todas as tardes de sábado de um programa alegre, irreve-rente e cultural. Ao lado de João de Barros, Nazaré Carvalho, Bombinha formou o corpo de jurados que tinha a tarefa de julgar os calouros e destacar os principais fatos jornalísticos da semana. Reinaldo Moura coman-dava o programa com muita propriedade e sempre trazia atrações nacionais para participar desse programa local. “Depois o programa se transferiu para a TV Sergipe e fomos todos: apresentador, jurados e produção (Antônio Andrade, esse mesmo o da Ajalux). Andrade comandava a produção contando com o apoio dos filhos César, Franklin, Marcos e Nestor. Era literalmente uma produção “caseira”... (risos). Nestor Amazonas tempos mais tarde se transformou num excelente diretor de jornalismo da TV Sergipe e até hoje continua trabalhando com competência no Estado da Bahia”.

Durante um desses programas (Sábado Geral), o Diretor da TV Sergipe Getúlio Passos ligou para o Andrade pedindo que anunciasse, naquele instante, que a emissora estava contratando o César Cabral para apresen-tar o Jornal Hoje. O noticiário local da rede Globo, estava sendo apresentado apenas por Ângela Abreu e a recomendação era que fosse feito por um casal de apresentadores. César então foi preparado, treinado, para todos os dias, às 13 horas, ler as principais notícias locais. “Era muito complicado, pois não dispúnhamos ainda do telepronto e, por essa razão, tínhamos que decorar as “cabeças” das matérias para dar um toque de avanço no nosso telejornal”, lembra. “Foi um tempo gostoso, inesquecível, uma verdadeira luta do homem contra o tempo e contra a máquina. Tudo era praticamente ao vivo. As edições das matérias eram feitas de forma precária e ainda se utilizava filmes que eram revelados momentos antes do noticiário ir para o ar. O Theotônio Neto, diretor de jornalismo, ficava maluco todos os dias. A contagem regressiva antes de o jornal ir para o ar era uma verdadeira panela de pressão. Mas no fim, tudo dava certo. Tinha que dar!”. 

“Quando toda a equipe de esportes se transferiu para a TV Atalaia, do dia para a noite, eu fui convocado para apresentar o programa “No Campo do Quatro”, juntamente com Fernando Garcia. Como já fazia esporte na Rádio Difusora, não tive dificuldades para assumir o comando do novo programa. Foram 10 anos na TV Sergipe, no esporte. Comigo trabalharam ainda o Carlos Magalhães, Beneti Nascimento, Carlos Ferreira, Adilson Cruz e Hermínio Matos, que depois me substituiu na ancoragem do programa”.

Na TV Sergipe teve grande momentos. Dentre os quais, lembra de duas transmissões de futebol que fez. “Uma delas, na Fonte Nova, em Salvador, em 1978 quando o Confiança venceu o Vitória por 2x0 (se não me falha a memória) e se classificou, pela primeira vez, para uma fase seguinte do Campeonato Brasileiro. Outra transmiti o jogo São Paulo 1x0 Sergipe, também pelo brasileiro. A transmissão foi quase ao vivo, pois eu estava nos estúdios da emissora, em Aracaju. Acredito que até hoje todos pensam que eu estava no Morum-bi.”.

Depois da TV Sergipe, César Cabral foi para a TV Jornal, Canal 13, na época afiliada a TV Manchete e de-pois Bandeirantes. Foi Diretor de Jornalismo e apresentador. Atualmente apresenta pela Rádio Jornal AM o programa “Tribuna 540”, levado ao ar todos os sábados das 6 às 9 horas. Grava comerciais e comanda o noticiário Jornal Notícias, na Voz do Povo (slogan da Jornal), ao lado de Paulo Lacerda, do Diretor Augusto Júnior e demais profissionais, tem contribuído para as grandes transmissões que a emissora tem realizado nos últimos anos.

Na política foi candidato duas vezes a vereador em Aracaju e uma a deputado estadual, pelo PFL. Afirma que ganhou experiência. Muita. Não pretende ser candidato novamente.

Nos momentos de folga gosta de ouvir música, na rede da área de sua casa, ou ver televisão.

Conheceu a sua mulher, Selene Cabral, em Propriá durante uma festa de São João, no Ginásio Nossa Se-nhora das Graças. Casou-se em 1972, tem três filhos Cristiano, Bethânia e Raphael e um neto: Cristiano que está com 1 ano e 4 meses.

Até o momento foi homenageado com a outorga dos títulos de cidadão dos municípios de Lagarto, Aracaju e Gararu.

Foi diretor social do 12 Tênis Clube (Propriá) Iate Clube de Aracaju e Presidente do Esporte Clube Propriá.

Perguntado se se considera um homem realizado, disse que a realização plena nunca acontece, de fato, pois o ser humano sempre vive buscando novas vitórias, novas conquistas. Mas se considera feliz e satisfeito com a vida que leva. Tem mais a agradecer do que a reclamar.

Filosofia de vida: “aproveitar sempre as oportunidades que a vida oferece e procurar sempre servir ao próxi-mo pois esta é a principal razão da nossa existência. Todos nós somos apenas instrumentos da vontade de Deus. Nunca devemos recusar as missões que nos são confiadas”.

Funcionário público, como jornalista profissional já prestou assessoria na área de comunicação na Secretaria da Agricultura, Secretaria de Educação, Ipes, Cehop, Secretaria de Saúde, Detran, entre outros. Atualmente presta, também, assessoria na Prefeitura Municipal de Canindé do São Francisco.

Fonte: usuarioweb infonet com br

--------------------------

Em 1950, ano em que nasceu o Luiz Cezar, foi inaugurado o chafariz.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/História e Cultura de Propriá

Nenhum comentário:

Postar um comentário