quinta-feira, 15 de agosto de 2019

A história do rádio em Sergipe – Som da História, por Neu Fontes


Publicado originalmente no site do INSTITUTO HELVIO

A história do rádio em Sergipe – Som da História

Por Neu Fontes

No caminho do sucesso das emissoras de rádio do sul do país, Aracaju recebe a primeira rádio do estado, a PRJ6 Rádio Difusora de Sergipe, atual rádio Aperipê de Sergipe ZYD-2.

Em 07 de fevereiro de 1939, com uma programação de músicas ao vivo, tangos, sambas, maracatus, valsas, fados, rumbas, afoxés, frevos, marchas, choros e canções orfeônicas e com a presença do Grande Seresteiro do Brasil, Silvio Caldas, acompanhado do regional do Carnera e Miguel Alves.

Na função de diretor artístico da PRJ-6, Alfredo Gomes exerceu uma influência significativa no rádio sergipano, é dele a responsabilidade de vários nomes artísticos dos nossos artistas. Alfredo Gomes/Rubem Vergara respondia por muitos dos nomes artísticos e citações existentes no rádio de Sergipe dos anos 40.

É dele o título dado ao João Mello “O cantor Máximo de Sergipe”, “o poeta seresteiro”.

“Pinduca e sua radiorquestra” foi outro nome dado pelo Gomes para o Maestro Luiz D’Anunciação, que anos depois, viria a trabalhar como regente da orquestra do programa televisivo de Abelardo Barbosa, o Chacrinha.

As “armas” do Departamento de Propaganda sergipano nos anos 40 era o cast da Radio Aperipê que apresentava os grandes nomes da música de Aracaju, Dão, João Lopes, Guaracy Leite França, Bissextino, Maria Célia, Manoel Aragão, Dalva Cavalcanti, Neuza Paes, Rute Brandão, Genaro Plech, Pinduca, tendo como figuras centrais o João Melo, João Bezerra, e o Carnera. Murillo Mellins afirma o seguinte sobre Alfredo Gomes:

– Esse, com seu conhecimento no meio boêmio da cidade, contratou cantores e músicos e organizou programas com artistas da terra, os quais começaram a fazer parte do cast da nova emissora”.

O rádio revitalizou a vida cultural sergipana, ampliando o contato de artistas com o público. A Rádio Difusora, desde o ano da sua inauguração em 1930 cumpriu um importantíssimo papel ao levar ao ar vozes e instrumentos que davam a trilha sonora à vida da capital sergipana, vozes que ficaram imortalizadas, Luiz Antônio Barreto um dos meus professores dizia:

– João Melo, além de cantar é, um exímio violonista, compositor aplaudido e produtor vitorioso no Rio de Janeiro.

Sempre tive a curiosidade de saber quem era a voz do hino do Sergipe e o Luiz me disse: – É de Raimundo Santos, uma voz maravilhosa.

Tinha ainda Antônio Teles, esse eu conheci nas serestas do meu avô José Domingues Fontes, talvez a mais romântica voz que ouvir. Luiz complementava: – a voz de Dão, dando graça ao samba, a de Floriano Valente, com seu repertório de valsas, dentre muitas outras embaladas pela Rádio Orquestra de Pinduca, pelos Regionais de Eutímio, Honor Gregório, João Argolo, Carnera e tantos outros astros de primeira grandeza, que fizeram a radiofonia dos primeiros tempos e abriram caminho para os artistas da atualidade.

Duas décadas depois do surgimento da Rádio Difusora, é inaugurada mais três emissoras em Aracaju. Em 1953 a Rádio Liberdade, em 58 a Rádio Jornal e a Rádio Cultura em 59, e o primeiro estúdio de gravações de acetato, iniciando a produção de jigles e de fitas e discos de cantores e músicos locais seu proprietário era o Sr. José Órico, aumentando assim os espaços para melhor divulgar os artistas e músicos da capital sergipana.

Texto e imagem reproduzidos do site: institutohelvio.com

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