Foto reproduzida do site Xodó News e postada
pelo blog para
ilustrar o presente artigo
Texto publicado originalmente no site do Portal Infonet, em
31 de agosto de 2007
Rádio X Gilmar Carvalho
Por Cláudio Nunes (Blog Infonet)
Este jornalista pede a compreensão do leitor para abordar um
tema que para muitos é polêmico, mas que é necessário neste momento. Trata-se
do papel do radialista Gilmar Carvalho no rádio sergipano. Há quinze dias
Gilmar está afastado do programa que apresenta na FM Ilha por problemas de
saúde e deve retornar nos próximos dias. O que parecia grave foi apenas um
susto.
Este espaço abre-se para esta análise por dever de justiça.
Seria mais cômodo para este jornalista ficar isento neste momento. Mas o leitor
que acompanha esta coluna há muito tempo sabe que este não é o perfil deste
profissional. Prefere não ficar omisso, mesmo que o tema dívida opiniões. No
caso de Gilmar Carvalho este jornalista teria hoje alguns motivos para, no
mínimo, não tecer nenhum comentário, por conta de aproximadamente há 50 dias,
Gilmar ter feito duras críticas em seu programa de rádio chegando a anunciar
que estaria processando o titular desta coluna por opinião publicada neste
espaço.
Este jornalista
conheceu Gilmar Carvalho quando o mesmo desembarcou em Aracaju vindo do
interior do Estado, há pouco mais de dez anos. Naquele momento Gilmar chegou
para assumir o programa matutino da rádio Jornal AM e comandar também o jornal
Correio de Sergipe, que antes era o Jornal da Manhã. Estava este jornalista
começando a escrever na área política e, se assustou quando pela manhã logo
cedo, escutou seu nome no programa de Gilmar onde ele destacava as matérias
publicadas e colocava o autor para discorrer sobre o assunto. De lá para cá
este jornalista passou por quase todos os jornais e pela TV Sergipe.
Gilmar chegou com um
estilo arrojado. Imediatamente dividiu opiniões, como acontece até hoje. Alguns
o adoram, outros o odeiam, mas o interessante é que ele é ouvido por todos os
segmentos. Polêmico, contestador, Gilmar foi responsável por denunciar
escândalos e desvendar diversos fatos ocorridos em Sergipe nos últimos tempos
como no caso do assassinato do deputado Joaldo Barbosa. É preciso lembrar que
cada um tem seu estilo. Assim como no rádio sergipano, onde Jairo Alves,
Douglas Magalhães, Fábio Henrique, Eduardo Abril, Marcos Aurélio, Edivanildo
Santana e tantos outros conquistaram seus espaços junto à população.
Devido ao estilo
arrojado, Gilmar foi eleito deputado, passou pelo PT (e foi expulso) e no
último mandato foi literalmente “cassado” pelo ex-governador João Alves. Hoje é
o segundo suplente da coligação que elegeu Marcelo Déda governador de Sergipe.
Da rádio Jornal, Gilmar passou para a Liberdade AM, do então prefeito Almeida
Lima, depois para a FM Sergipe, da família Franco e agora estar na rede Ilha,
do empresário José Edvan Amorim. Neste período em Aracaju, Gilmar fez e desfez
amizades de todos os tipos e somente ele e os envolvidos podem analisar as
razões que levaram a estes rompimentos. Uma certeza: pelo estilo, Gilmar já fez
sua autocritica, revendo conceitos e dogmas, o que é natural na vida de
qualquer pessoa. E como conheço boa parte da família dele, sei o esforço que
fez e faz diariamente para manter a todos.
Este comentário não
tem o intuito de julgar as ações de Gilmar, se foram certas ou erradas. Tem o
intuito apenas de analisar que Gilmar ainda tem muito que prestar a sociedade
sergipana através do rádio, onde quer que esteja. Ao contrário de alguns, que torceram
(ou torcem) para que ele não retorne ao rádio e desejaram até mesmo algo pior,
este jornalista – não como amigo (ou ex-amigo) – tem o dever de escrever que o
estilo implementado por Gilmar Carvalho é importante para o rádio. Quem gosta
ou não dele, não pode omitir a importância do mesmo para o fortalecimento do
rádio sergipano.
Como escreveu no início este jornalista seria mais fácil e
mais “adequado”, silenciar neste momento. Porém este espaço não foge da
abordagem de temas polêmicos. Aliás, a democracia se faz e fortalece com as
contradições e as divergências. Este profissional pode não concordar com muito
do que Gilmar fala no dia-a-dia, mas como bem disse o filosofo, defenderá até o
último minuto o direito dele falar. E tem mais: tem algo mais bonito na
democracia do que você não gostar do que está ouvindo e apenas com um toque dos
dedos mudar o dial da emissora de rádio? Doa a quem doer, Gilmar presta um
grande serviço à população e já faz parte da história do rádio sergipano. E
este jornalista torce que continue prestando este serviço por muitos e muitos
anos.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br
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