As radialistas Biancamaria Binazzi e Roberta Martinelli
na loja Patuá Discos, em São Paulo.
Foto: Coil Lopes.
Publicado originalmente no site Página B, em 24/03/2017.
Do fonógrafo à música digital
Por meio de transmissões radiofônicas e plataformas online,
as radialistas Biancamaria Binazzi e Roberta Martinelli difundem mais de um
século de história de nossa música popular e também dão voz às produções de
artistas contemporâneos.
Por Marcelo Pinheiro.
Os caminhos das radialistas Biancamaria Binazzi e Roberta
Martinelli foram cruzados há oito anos, durante uma cobertura da edição 2009 da
feira de tecnologia Campus Party para a rádio Cultura AM de São Paulo. Na
ocasião, eram graduandas do curso de Rádio e TV e trabalhavam na emissora
pública. A paixão pela música brasileira logo aproximou a dupla com tamanha
sintonia que, em setembro daquele ano, ao lado de um terceiro parceiro, o
jornalista Ronaldo Evangelista, elas ousaram injetar sangue novo na programação
da rádio com a criação de um programa diário intitulado Cultura Livre, voltado
à difusão do trabalho de intérpretes e compositores contemporâneos. No entanto,
pouco antes de a atração ir ao ar,
Biancamaria e Evangelista saíram da emissora. Desde então, Roberta, que
já foi atriz, estudou Direito, mas abandonou o curso no quarto ano, assumiu o
comando do Cultura Livre. Em 2010, com o sucesso de transmissões simultâneas na
Internet, por meio da câmera de um celular, o programa foi transferido para a
grade da TV Cultura. Com exibições semanais, já recebeu mais de 300 bandas e
artistas em carreira solo.
Em entrevista à CULTURA!Brasileiros, Biancamaria relembrou
um episódio ocorrido durante a Campus Party, que, segundo ela, foi inspirador
para o trio de amigos. Gilberto Gil, então ministro da Cultura, passou por ela,
que estava ao vivo, e a repórter decidiu perguntar: “Gil, estamos num evento de
tecnologia de ponta, discutindo robótica, banda larga, ao mesmo tempo que estamos falando numa rádio AM. Você, que
foi descoberto no rádio, viveu a era dos festivais, cantou o rádio e agora
canta a banda larga, acha que o rádio vai morrer com a Internet?”. A pergunta
era fatalista, mas foi respondida com a sabedoria usual de Gil, que ponderou:
“Calma, filha… O rádio é o pai e o filho da Internet. A Internet veio para
salvar o rádio. Com a Internet, o rádio vai renascer”.
Como previu o bom baiano, a tecnologia digital reinventou
hábitos dos ouvintes, vide o sucesso de plataformas de streaming como ITunes,
Spotify e Deezer, e outros meios eletrônicos que também abriram novas
possibilidades para Biancamaria e Roberta. Atualmente, mesmo distantes
profissionalmente, as duas amigas mantêm em comum a pesquisa contínua e a
difusão de seus garimpos para um público cada vez maior. Biancamaria, que
compila suas pesquisas no site do projeto Goma-Laca, tocado a quatro mãos com
Evangelista, concentra suas investigações sobretudo nos discos de 78rpm
(rotações por minuto) lançados desde a criação da indústria fonográfica no
País, em 1902. De olhos e ouvidos atentos para a música do presente – e do
passado recente –, Roberta segue em busca de trabalhos de artistas contemporâneos,
que são reverberados no Cultura Livre e também mistura o cancioneiro atual com
preciosidades da MPB no Som a Pino, programa veiculado diariamente desde julho
de 2016, das 12h às 13h, na rádio Eldorado FM, de São Paulo.
A seguir, reunimos em depoimentos temáticos os melhores
momentos das conversas com as duas radialistas.
Evoé, jovens à vista
Quando eu tinha 9 anos, passei a estudar música em uma
escola que ficava ao lado do colégio onde iniciei meus estudos. Foi aí que
nasceu minha paixão pela música. Numa apresentação de fim de ano a gente tocou
Paratodos, do Chico Buarque, e lembro que, para mim, a maioria daqueles nomes
de artistas mencionados na letra não significava nada. Lembro também a
professora dizer: “Vocês ouviram? A música termina com a frase ‘evoé, jovens à
vista!’, ou seja, é um recado para vocês. Fiquei com aquilo na cabeça. Quando
essa escola fechou, eu tive uma grande mestra, Neide Rochlitz. Na casa dela
estudei piano e flauta transversal, e ela também me deu vários discos para
ouvir, como o Chega de Saudade, do João Gilberto, com a recomendação: “Ouça, porque
esse disco revolucionou a música brasileira”.
Oneyda Alvarenga
Em 2004, fui chamada para trabalhar como estagiária no
Centro Cultural São Paulo (CCSP). Uma pessoa que abriu muitas portas para mim
foi Márcio Yonamine, que tinha acabado de assumir a direção da rádio do CCSP.
Como ele era ligado em tecnologia, quis entrar naquela onda inicial de
webradios, mas estava em dúvida sobre o que incluir na programação. Sugeri
colocarmos as bandas que estavam tocando no CCSP, ele aceitou a dica e devolveu
outra: “Ah, temos também o acervo da Oneyda Alvarenga (a discoteca fundada por
Mário de Andrade, em 1935, e batizada em homenagem à jornalista e folclorista,
morta em 1984). Acho que pode te interessar”. Foi mágico! Foi lá que comecei a
me interessar pelos discos de 78rpm e, por causa dessas primeiras pesquisas,
fui chamada para participar de um programa da rádio do CCSP, o Vitrola Nova.
Depois, propus um programa em que eu convidava jovens artistas para falar de
suas influências. Foi meu primeiro filhote. Dei o nome de Crônicas de
Toca-Discos.
Mário de Andrade
Na discoteca do CCSP tinha uma cópia do livro Cartas, da
Oneyda Alvarenga, que reúne algumas correspondências trocadas por ela e Mário
de Andrade. Com essa pesquisa, ficou claro para mim como foi importante, num
momento em que a indústria estava nascendo no Brasil, Mário querer construir
uma discoteca básica, algo que tem a ver com o que a gente faz, que é juntar
rádio e acervo. Ele sempre esteve à frente. Procurou entender o Brasil com
respeito, porque queria mudar o País por meio da educação musical.
Goma-Laca
Quando eu e Ronaldo saímos da Cultura, voltamos a frequentar
a discoteca do CCSP. Como sabíamos que 2011 marcaria o centenário de nascimento
da Oneyda, propusemos fazer um show com releituras de músicas de sua discoteca.
Foi aí que nasceu o projeto Goma-Laca (o nome faz alusão à matéria-prima
utilizada na confecção dos discos de 78rpm). O show reuniu artistas como
Emicida, Luisa Maita e Sambanzo. Depois, tivemos a ideia de fazer um site para
reunir em um mesmo espaço tudo que a gente gosta: programas de rádio, publicar
textos, dividir leituras, falar de shows e discos. Com essas novas pesquisas,
tivemos acesso a uma música etnográfica que também entrou na indústria. Claro,
tudo isso foi muito bem documentado pelo Mário, mas também passou por outros
“mários”, como, por exemplo, a Inezita Barroso e a cantora e atriz Vanja Orico.
Rodas de escuta
Faço muitas rodas de escuta. Fiz algumas pelo Goma-Laca, mas
no final do ano passado realizei alguns encontros sozinha, na Casa Mário de
Andrade (oficina cultural paulistana sediada em um imóvel onde o modernista
morou), num projeto chamado Gira Disco. Um deles, muito especial, foi uma
audição dos discos da série Native Brazilian Music, dirigida pelo maestro
Leopold Stokowski, que são muito raros. A coleção foi lançada nos Estados
Unidos com a intenção folclórica de retratar a música dos “nativos
brasileiros”, mas, nela, existem falhas graves, como nomes de canções que foram
trocados e músicos não creditados, como Cartola e Pixinguinha. Desde que entrei
para esse mundo dos colecionadores, conheci muita gente boa. Por exemplo, Claudevan
Mello é de Alagoas e faz uma pesquisa restrita à música do seu estado. Quando
ele soube que o Jararaca, seu conterrâneo, estava nesse disco, não sossegou até
achar uma cópia. Na segunda edição desse encontro, chamado Gira Disco, convidei
o colecionador Gilberto Gonçalves para contar a Pequena História do Disco em 78
rpm. Tocamos gravações feitas para os fonógrafos de cilindro (aparelho de
reprodução do final do século XIX), depois explicamos a fase elétrica, a fase
mecânica, ou seja, contamos a história da música brasileira por meio de seus
suportes.
Brasil/EUA
Comecei a fazer meu mestrado no IEB (Instituto de Estudos
Brasileiro s da Universidade de São Paulo) no meio do ano passado. Estou
pesquisando o intercâmbio musical que aconteceu entre o Brasil e os Estados
Unidos no contexto da Política da Boa Vizinhança, entre 1938 e 1945. A intenção
dos americanos era boa, mas houve, por exemplo, iniciativas como o disco Native
Brazilian Music, que você pode amar e odiar. Amar, pela sua preciosa qualidade
musical, e odiar, pelo descaso da produção com a identidade e remuneração dos
artistas brasileiros. Por outro lado, com o projeto da Missão de Pesquisas
Folclóricas, Mário teria se beneficiado com o intercâmbio. Em tempos de Getúlio
Vargas, ele estava afastado do Departamento de Cultura e os recém gravados
discos da Missão corriam o risco de serem arquivados como “entulho”. A
Biblioteca do Congresso em Washington, interessada em cópias desse material,
enviou caríssimos discos virgens da época para que as matrizes fossem
preservadas. Viajo em fevereiro para os EUA para participar de uma conferência
de bibliotecas de música em Orlando, mas também terei a felicidade de fazer
dois dias de imersão no acervo da Biblioteca do Congresso
Vanja Orico
O grande prazer dessas pesquisas é descobrir algo que você
não conhecia, que é bonito e que toca as pessoas, como ouvir a Vanja Orico
cantando Sodade, Meu Bem, Sodade em um velho disco de 78rpm. Quando fizemos o
álbum do Goma-Laca, tive a felicidade de mostrar esse e outros registros para
ela. Vanja estava debilitada, com Alzheimer avançado, e me disseram: “Você não
vai conseguir entrevistá-la, porque ela não está mais falando”. Levei uma
vitrola, coloquei os fones no ouvido dela e disse: “Dona Vanja, quero regravar
essa música sua com novos artistas”. Para nossa surpresa, ela começou a
cantarolar, “acordou” com a música. Pouco depois veio o show, e no momento em
que a Karina Buhr foi apresentar a versão de Minervina fui surpreendida com a
plateia cantando junto com ela. É muito bonito ver a coisa se transformar pelo
coração das pessoas.
Música no DNA do Brasil
Outro dia eu estava no metrô, aquele silêncio, e entrou um
menino que começou a tocar Juazeiro, do Luiz Gonzaga, no violino, acompanhado
de sua namorada. Todo mundo ficou com os olhos brilhando. A aparição agradou
uma velhinha, da mesma forma que agradou um menino punk, porque a música do
Gonzagão está no DNA das pessoas. É preciso dar condições para que elas
entendam o quanto a música é importante para o tempo que se vive. Veja, por
exemplo, o quanto as composições do Kiko Dinucci podem ser consideradas uma
busca etnográfica. Daqui a 50 anos, alguém vai ouvir suas canções e dizer:
“Entendo como era a São Paulo de 2017”. A música é uma expressão do artista e
do seu tempo e, mesmo com um “calinho” no ouvido para as coisas mais antigas,
tenho orgulho de fazer parte da nossa geração.
Do rádio para a TV
No começo do Cultura Livre tive um pouco de pânico, porque
fazia o programa na rádio AM e, como não havia transmissão simultânea pela
Internet, me dava uma certa aflição pensar se havia mesmo alguém do lado de lá.
Nessa época, o Facebook estava começando a pegar no Brasil e meu namorado,
Pedro, sugeriu usar a rede social para divulgar o programa. Foi então que
descobri, por meio de transmissões no Tweetcam (plataforma audiovisual do
Twitter), que havia sim alguém do outro lado. A Tiê fez uma das primeiras participações,
mas, nesse dia, a conexão com a Internet começou a cair. Por conta disso, para
amenizar os cortes, fizemos cartazes para falar com as pessoas que não
conseguiam acompanhar o programa online, mas que, aos poucos, iam vendo as
fotos e curtindo. Veio daí uma das características do Cultura Livre, pois até
hoje uso placas manuscritas para anunciar o artista do dia e as canções que
serão apresentadas. Em 2010, a direção da Cultura decidiu fazer o programa em
um estúdio de rádio onde também coubessem câmeras. Fomos para o teatro Franco
Zampari, que serviu de estúdio para o Ensaio, do Fernando Faro, e também para
os programas da Inezita Barroso. Para mim, uma honra. Neste mês de março, entra
em cartaz a oitava temporada do programa.
Som a pino
No meio do ano passado, recebi um e-mail do Emanuel Bomfim,
que tinha assumido parte da programação da rádio Eldorado. Ele e o Luís
Fernando Bovo, que é chefe-geral da emissora, me convidaram para almoçar e
propuseram que eu fizesse um programa diário, de uma hora, só com música
brasileira. Aceitei, mas combinamos que eu teria total autonomia para fazer as
coisas da minha maneira. Comecei o Som a Pino em julho e, desde o começo, pude
perceber que o programa é um novo mundo. No Cultura Livre falo para um público específico.
São pessoas que sabem o que estão buscando quando acessam uma emissora pública
com o perfil da Cultura, mais educativo e que tem sempre coisas que não são
ouvidas em outras emissoras. Na Eldorado comecei a interferir num horário em
que as pessoas estão em trânsito, e logo saquei que seria legal misturar
músicas novas com outras mais antigas. Deu certo, porque uma coisa acaba
fortalecendo a outra.
Laboratório
Minha pesquisa é bem diferente da que a Biancamaria faz, que
é mais centrada em acervos. Minhas descobertas vêm no dia a dia. Desde que
assumi o comando do Cultura Livre, passei a fazer da música o motivo maior da
minha vida. Frequento todos os shows e espaços possíveis. Obviamente não dá
para ver tudo, mas o que não consigo ver no palco ouço em canais de streaming.
Para o Cultura Livre é essencial saber o comportamento do artista ao vivo. No
Som a Pino é diferente, basta escolher uma música boa do disco para valer a
recomendação. Estou há muito tempo nessa, mas não gosto de sentir que estou fazendo
algo de forma mecânica. É bem difícil também manter o distanciamento com os
artistas. Uma vez me perguntaram: “Você só toca aquilo que gosta?”. Não. Não
toco só o que gosto, porque não tenho a pretensão de reduzir a música
brasileira ao meu gosto. Tem coisas que não escuto em casa, mas que eu sei que
são importantes e que precisam ser tocadas.
O novo sempre vem
A música brasileira vai bem, obrigado. No ano passado
tivemos esse movimento forte de discussão de gênero e surgiram vários artistas
com essa postura. Claro, muitas vezes as pessoas vêm com um discurso mais forte
do que sua música, mas acho que muitos artistas começam assim e depois evoluem
em suas escolhas estéticas. Não é à toa, por exemplo, que a Liniker tem milhões
de fãs vendo seus vídeos no YouTube. A performance dela no palco ou a voz dela
podem não trazer grandes evoluções musicais, mas o que importa é que ela se
impõe com muita personalidade mesmo tendo só 21 anos. Acho que a Liniker
contribui para, de alguma forma, mudar a vida de muita gente que se identifica
com ela. Essa turma veio derrubar várias teorias. A canção, por exemplo, que
foi considerada à beira da morte no começo dos anos 2000, voltou com tudo.
Hoje, no Brasil, temos centenas de boas canções novas, muita música autoral, um
monte de compositoras. Para mim, é uma delícia ver tudo isso de perto. O fato
de o Cultura Livre ter nascido nessa época e ter permanecido é um reflexo do
bom trabalho que esses artistas estão fazendo. Também me orgulho de pensar que
o Cultura Livre é um programa único na televisão brasileira. Infelizmente, não
há nenhum outro espaço para a música na TV aberta. Claro, existem os reality
shows, como The Voice e Superstar, que são chamados de programa musical, mas
que, para mim, não são.
Patrulha estética
Já julguei muito, mas acho que essa nova geração me ensinou
inclusive a pensar muito antes de fazer isso, porque ela está muito mais aberta
a todo tipo de experiência musical. Anitta, por exemplo. Mesmo que você diga
que ela é uma construção da indústria fonográfica, é óbvio que ela tem seus
méritos. Ela canta e dança superbem, e não sou eu que vou julgar o que ela faz.
Esses dias fui ver o documentário Axé: a Força de Um Povo (filme recém-lançado,
de Chico Kertész) e saí do cinema com a impressão de que o axé foi um movimento
genuíno, mas, claro, veio depois um investimento enorme das gravadoras que
acabou deixando a música baiana presa ao gênero e sufocou outros artistas de
lá. Claro, é importante que também exista a música comercial, porque há espaço
para todo mundo conviver, mas seria legal se as chamadas barreiras entre o
indie e o mainstream não fossem tão gigantes.
Colunista
Ultimamente escrever para o Estadão tem me causado frio na
barriga (desde outubro de 2016, Roberta assina uma coluna semanal no jornal O
Estado de S.Paulo). Não quero parecer a “diferentona”, mas sempre fiz rádio e
TV à minha maneira, de um jeito bem despojado, intuitivo, como se estivesse
fazendo um programa em casa. Quando me chamaram para escrever no jornal, fiquei
pensando se deveria aceitar o convite. Para mim, não parecia fazer muito
sentido manter uma coluna em primeira pessoa justamente quando todos querem
escrever e opinar sobre tudo. Comecei dando umas notinhas, falando de shows que
vi, de discos que ouvi, e percebi que quando eu desenvolvo reflexões sobre a
música a resposta dos leitores é sempre melhor. Por outro lado, algo que não
consigo entender são críticas carregadas de ódio, como as que vieram quando
escrevi, em uma breve retrospectiva de 2016, que uma das coisas lamentáveis do ano
passado foi a hostilidade contra Chico Buarque, quando ele sofreu aqueles
ataques no Leblon. Dias depois, tinha até gente desejando minha morte. Esse
comportamento é um reflexo do mundo e deste Brasil que a gente vive hoje. No
ano passado, principalmente com o fim temporário do Ministério da Cultura,
cresceu muito esse discurso de que artista gosta mesmo é de mamar na teta do
governo, uma coisa horrorosa, que não faz sentido. As pessoas precisam mesmo é
entender que o acesso à cultura é tão importante quanto o acesso à saúde e à
educação. Acho que um dano muito grande dessa polarização que tomou conta do
Brasil foi, por exemplo, colocar na cabeça das pessoas que artista é vagabundo.
Texto e imagem reproduzidos do site:
paginab.com.br/do-fonografo-musica-digital
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