Publicado originalmente no site Osmário Santos, em
31/08/2006.
Da história do rádio sergipano: Augusto Júnior.
Por Osmário Santos.
João Augusto Celestino de Assis, artisticamente, Augusto
Júnior, nasceu em 16 de maio de 1961, na casa de número 328, rua Itaporanga,
Centro. Seus pais: Augusto Bezerra de Assis e Maria Bernadete Celestino.
O pai (falecido), era pernambucano de Garanhuns. Foi
caminhoneiro e sempre viajou bastante. Homem de personalidade e gênio fortes,
deixou exemplos de honestidade e seriedade. "Dele, herdei o gênio. Sou
homem de poucas palavras, bem parecido como foi meu pai. De todos os filhos,
fui o mais próximo dele. Me faz muita falta até hoje".
Sua mãe, Dona Bernadete, professora, era uma mulher
extremamente vaidosa com sua aparência. Andava pronta e sempre maquiada. Falava
bastante e fazia muitos amigos. Dela, herdou a franqueza e o sorriso sempre
presente. "Minha mãe já se foi e deixou uma lacuna insubstituível em minha
vida. Aprendi com ela que a verdade sempre deve ser dita".
Conta que a sua infância foi maravilhosa. Embora de uma
família de poucos recursos, não faltaram brinquedos, presentes e diversões.
" Sempre fui um garoto levado, e hiper-ativo. Desde pequeno, fui
apaixonado por futebol. Jogava bola o tempo todo. Gostava de jogo de botão,
andar de bicicleta e participar das brincadeiras de criança. Sempre fui bom
aluno, apesar de não estudar muito em casa. Tinha facilidade em de aprender.
Desde criança, tive uma queda para a área de humanas (História, Geografia,
OSPB, Português, etc. Garoto levado, certa vez jogando futebol com Augusto
Bezerra, meu irmão, acabei sendo atropelado por uma Kombi e fui parar no
hospital. Noutra ocasião, fraturei os dois braços de uma só vez, também jogando
futebol. Fiz muitos amigos na minha infância, alguns cultivos ate hoje".
Com a mãe, os primeiros passos nos estudos. Além de ensinar
em sala de aula, foi diretora do Jardim de Infância José Garcez Vieira, no
Siqueira Campos. Estudou da 1ª a 4ª série no Colégio Alfredo Montes, na Av.
Pedro Calazans. Fez da 5ª a 8ª no Colégio John Kennedy, no Siqueira Campos.
No primeiro ano científico, estudou no Ateneu; o 2º e o 3º,
no Colégio Visão. "Sempre fui orador nas formaturas e participei de
atividades culturais e esportivas. Tenho gratas recordações do meu tempo de
científico no Colégio Visão. Tive a sorte de ter como professores: João Costa
(Português), Almir Santana (Biologia), Augusto Bezerra (Química), Wellington
Menezes e Ismael Silva (Matemática); Elias Pinho Oliveira (História); Edinil
Simões (Geografia), Sacuntala Guimarães (Inglês), dentre outros".
Registra que o tempo da juventude foi marcado de grandes
descobertas e inesquecíveis baladas.
Desde garoto, sabia que tinha vocação para professor. Sempre
foi um bom aluno de História e Geografia. Daí, a opção foi natural pelo curso
de licenciaturas em Estudos Sociais (História). "Quando estudei na
Faculdade, ainda não existia o Campus da UFS, fiz ainda dois períodos no prédio
onde funciona hoje o IPES. Depois, foi inaugurado o Campus universitário
professor Aluísio de Campos. Foi um tempo de ebulição com movimentos estudantis
na UFS. Lembro-me dos discursos do jovem estudante de Direito, Marcelo Déda, e
do estudante de Medicina, Edvaldo Nogueira, dentre outros companheiros do DCE.
Cheguei a cursar também outros cursos como: Ciências Sociais e Geografia, sem
completá-los". Colou grau em Licenciatura em História no ano de 1985, pela
Universidade Federal de Sergipe.
Mesmo na faculdade, na qual ingressou aos 17 anos, já
despertava interesse pelos caminhos do rádio. Apesar de trabalhar durante cinco
anos no Colégio Visão nunca se interessou em dar aulas. "O rádio já era
mais forte na minha vida".
O primeiro emprego aconteceu aos 14 anos de idade, quando
participou da fundação do Colégio Visão. "Meu irmão, o professor Augusto
Bezerra, era um dos sócios e por lá fiquei por cinco anos. Foi um grande
aprendizado e fiz muitas amizades. Lembro de quatro grandes amigos que fiz
nessa época em meu local de trabalho: Vicente (hoje, advogado) Vânia Góes e
Tanit Bezerra e Violeta, hoje professora".
Despertou para o rádio ainda no colégio. "Conheci,
durante um dos intervalos de aula, Glau Peixoto, que também estudava no Visão.
A partir daí, fui convidado a conhecer o seu trabalho na antiga Rádio Difusora
(hoje, Aperipê) e de pronto me apaixonei pelo rádio. Desde pequeno, fui louco
por futebol e ouvia as narrações esportivas pelo rádio. Naquela época, eu já
tinha a vocação para o rádio sem perceber. Sabia todas as escalações dos
grandes times brasileiros, colecionava figurinhas com jogadores e escudos dos
de times de botão e falava de futebol o tempo todo. Não perdia um só jogo no
Batistão. Desde cedo, me apaixonei por três times: o Confiança, o Fluminense e
o Santos".
No rádio, fez de tudo, porém se especializou no esporte. Por
21 anos, fez plantão esportivo. Também apresentou resenhas esportivas e
programas ligados ao esporte. "Tive o prazer de participar de equipe
esportiva convivendo com nomes consagrados com: Carlos Magalhães, Wellington
Elias, José Antônio Marques, Alceu Monteiro, Haroldo Lessa, Andrade Lima,
Carlos Batalha, Paulo Lacerda, Roberto Silva, Alexandre Santos, José Eugênio
Canabrava de Mendonça, Glau Peixoto e muitos outros".
Em 1996, lança o programa de jornalismo "Balanço
Geral" no final da tarde, das 17h às 19 horas. "Uma novidade na
época, pois era comum termos programas esportivos e sertanejos no horário. Foi
um desafio que deu certo na época.O programa emplacou e hoje todo mundo copia.
Hoje, apresento o "Comando Geral", das 6h às 9h da manhã na Rádio
Jornal. Foi outro grande desafio vencido. Até meados de 2004, Gilmar Carvalho
apresentava o programa "Impacto" na emissora e era o dono da audiência.
Com sua saída fui convidado pelo presidente da Rede Jornal, João Alves Neto, e
pelo diretor geral, Alfredo Moura, para assumir o horário. Relutei bastante,
pois não queria trocar uma liderança confortável à tarde por um horário onde
haveria uma disputa acirrada pela manhã. Estreei o programa no dia 29 de
outubro de 2004, com ótima equipe que me acompanha até hoje. Foi um sucesso,
melhor seria impossível. Já na primeira pesquisa do Ibope, feita em 2005, no
mês de setembro, a Rádio Jornal não só manteve o primeiro lugar, bem como,
superou os índices anteriores ao Comando Geral. Hoje, nosso programa tem picos
de 71% e média de 67% de audiência das 6h às 9h da manhã. Todos estamos muito
felizes e agradecidos ao povo que entendeu a nova proposta da emissora:
Jornalismo de conteúdo, informações e prestação de serviço. Sem baixaria e
escândalos. A cada dia, crescemos mais em audiência".
É diretor da Rádio Jornal há 20 anos e está na emissora há
28 anos. Diz que gosta do que faz e procura a crescer a cada dia. "Não me
acomodo com os bons resultados. Quero sempre mais. Somos líderes de audiência
desde 1987, o que é um marco na história do rádio de Sergipe. Poucas emissoras
no Brasil conseguiram manter-se em primeiro lugar por tanto tempo. O nosso
sucesso é reflexo da equipe que temos na emissora e do apoio que recebemos da
direção.
Durante todos esses anos, matérias talentosas surgiram em
nossa emissora.
Fui o 1º diretor de Jornalismo da TV Jornal, canal 13, e
superintendente da Rede Jornal durante alguns anos, TV Jornal, FM Jornal, Rádio
Jornal AM, FM Jornal de Estância, FM Jornal de Propriá e Rádio Imperatriz dos
Campos, de Tobias Barreto".
A primeira copa do mundo coberta por uma emissora sergipana
teve a sua participação direta. Foi a de 1986, no México. "A Rádio Jornal
era dirigida por Glau Peixoto. Eu comandava a equipe esportiva que transmitiu a
Copa direto do México, com José Antônio Marques, Alceu Monteiro, Paulo Lacerda,
Carlos Batalha e Glau Peixoto. Foi um marco que entrou para a história do rádio
sergipano.Depois disso, fizemos muitas outras transmissões internacionais pela
Jornal".
Na administração pública, presença na Fundação Aperipê como
superintendente-adjunto. "Aconteceu na gestão da professora Marlene Alves
Calumby, no segundo governo do dr. João Alves Filho. Foi uma boa
experiência".
Das emoções vividas entre tantas, destaca os oito prêmios
Bola de Ouro, que recebeu no Rio, São Paulo e Paraná como destaque do rádio
esportivo no país.
"Foram momentos inesquecíveis. Recebi a maior premiação
da imprensa esportiva nacional, ao lado dos maiores nomes da TV, do rádio e do
jornalismo escrito do país".
Um sonho realizado aconteceu de forma inusitada; uma
entrevista de quase duas horas com Pelé, o atleta do século. "Foi em 1985
e consegui a entrevista através de Xuxa, que na época era namorada de Pelé.
Agendei e fiquei aguardando. Certa noite, estava em casa quando fui chamado às
pressas na rádio. Pelé recebeu o meu recado e mandou me chamar em casa para
conceder a entrevista. Foi uma realização profissional".
Profissionalmente, considera-se um homem feliz.
"Acredito que tenho muito ainda por realizar. Vários projetos virão por
aí. Trabalho onde gosto, como gosto e do jeito que gosto e sei fazer. É muito
bom".
Diz que sua família representa a base de sua vida e sua estabilidade.
"Sou casado com Angélica há 17 anos. Tenho duas filhas: Maristella, de 24
anos, geóloga pela Universidade do Mato Grosso e atualmente fazendo mestrado, e
Ana Gabriela, 19 anos, estudante de Direito na UNIT. Ainda não sou avô.Tenho
quatro irmãos: Heloisa (falecida), Ada Augusta, Augusto Bezerra e
Fabiano".
Teve muitas pessoas importantes em sua vida, desde os pais,
irmãos, professores, amigos, radialistas, jornalistas e parentes. " Minha
esposa Angélica foi um divisor de águas em minha vida. Drº João Alves, Drª
Maria do Carmo e o empresário João Neto também são pessoas fundamentais no meu
sucesso profissional, pois me proporcionaram grandes oportunidades de
ascensão".
Considera-se um homem feliz, realizado e de bem com a vida.
"Tenho orgulho de dizer que jamais prejudiquei intencionalmente alguém.
Ajudo a todos que posso. Procuro ser amigo e companheiro. Tenho filhas
maravilhosas e uma família a qual amo muito. Sou realizado profissionalmente e
pessoalmente. Além da área da comunicação aprecio muito a música e sou um bom
colecionador de CDs, bem como, amante da arte cinematográfica. Acredito em Deus
e na Salvação".
Texto reproduzido do site:
usuarioweb.infonet.com.br/~osmario
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Foto para ilustração de artigo, postada
por Grupo do Facebook/MTéSERGIPE.
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