sábado, 20 de abril de 2013

Alceu Monteiro: O Professor de Bola.


As Peripécias do Esporte Sergipano, (primeira edição), 13/09/2006.

Autor: Joel Batalha, Radialista, Jornalista, Advogado e Escritor.

Alceu Monteiro: O Professor de Bola. 

Alceu Ezequiel Monteiro começou na crônica esportiva no rádio, em 1959, ainda estudante no Colégio Atheneu Sergipense com 15 anos de idade. Sua estréia como cronista esportivo foi na Rádio Jornal de Sergipe, levado que foi pelo radialista Narciso Machado. Naquela época, o comentarista esportivo da Rádio Jornal era Jota da Silva. A vida de Alceu como radialista foi sempre na cobertura esportiva. Por muito tempo, trabalhou nas Rádios Jornal e Cultura, atuando também em todas emissoras/AM’s do Estado de Sergipe.

Nos jornais matutinos da capital sergipana, Alceu atuou em todos como colaborador, escrevendo artigos, mesmo não sendo jornalista profissional. É professor universitário, licenciado em Letras (Inglês e Português). Por isso, um dos seus colegas de imprensa, Jota Santos, o apelidou de “professor de bola”, pela sua presença na programação esportiva da Rádio Cultura de Sergipe. Deu certo...

Para o “professor de bola”, a nossa imprensa, ultimamente, está em decadência. Ele cita, por exemplo, que, antes, para se entrar em rádio ou em jornal era uma grande dificuldade, havia uma seleção rigorosa. Ao passo que, hoje, acontece o contrário, deixando muito a desejar em termos de qualidade. No campo esportivo, Alceu faz observação que, hoje, o futebol sergipano é melhor dentro de campo do que fora dele. Cita, como exemplo, os atletas que jogam em nosso Estado que, ao saírem para outros centros, dão-se muito bem. Para ele, o futebol sergipano ou, de resto, o próprio futebol brasileiro precisa melhorar administrativamente, a fim de render mais em termos técnicos e táticos.

Um dos fatos relatados por Alceu Monteiro que devia ser aproveitado pelo futebol sergipano, foi quando houve a troca de siglas, de Federação Sergipana de Desportos por Federação Sergipana de Futebol. Para muitos, houve uma “intervenção”. Não houve qualquer mudança significativa no futebol sergipano, em que pese ser um jornalista da época, José Carlos de Oliveira Filho, tido como “interventor”, o primeiro presidente da Federação Sergipana de Futebol. Houve uma chance para se dar uma balançada no futebol sergipano. Mas não foi aproveitada a chance e a estrutura continua sendo a mesma, considera Alceu Monteiro. Para Alceu, a denominada “oligarquia” não acabou ainda, pois o atual presidente, José Carivaldo de Souza, oriundo do Vasco desta capital, continua com a mesma turma, não havendo, portanto, qualquer renovação na Federação Sergipana de Futebol ou mesmo nas demais Regionais e na própria Confederação Brasileira de Futebol.

Alceu Monteiro tem uma longa estrada na imprensa sergipana. É funcionário aposentado do Banco do Brasil, ex-presidente da Associação dos Cronistas Desportivos de Sergipe e hoje é o atual presidente da Associação Sergipana de Imprensa-ASI, onde faz uma administração digna de elogios. E o nosso futebol, ó! (sem palavras).

O nosso personagem “professor de bola” tem várias peripécias a contar e uma delas foi sobre a transmissão de uma partida de futebol no interior sergipano, onde as dificuldades eram imensas na época, chegando a um ponto de levar um transmissor pesadíssimo. Outra peripécia a que ele assistiu, foi sobre o atacante Carlos Tirço, do Cotinguiba, que fez 10 gols numa partida contra o Atlético de Cobrinha, quando o resultado final foi 11 a 1. O que mais chamou atenção de Alceu foi o comportamento do dirigente Cobrinha que, depois de muito relatar as faltas perdidas, gols anulados, pênaltis não marcados, o seu Atlético saiu-se vencedor por 12 a 11. Mas só de intenção e de boca...

Falando sobre os seus colegas de trabalho, Alceu cita Carlos Magalhães como o salvador do rádio esportivo sergipano na atualidade. O Magá, sinceramente, tem uma larga folha de serviços prestados a área de comunicação do nosso Estado. É sobre o “Magá” que Alceu tem a comentar uma peripécia um pouco “espinhosa”. Houve uma época em que Magalhães era impossível e impiedoso com seus colegas. Gostava de dar “carões” em pleno ar. Alceu atuava ao lado de Magalhães na Rádio Liberdade. Num domingo, à tarde, Alceu foi trabalhar no Baptistão, enquanto que Magalhães se deslocou para o Estádio Paulo Barreto na cidade de Lagarto. No andamento da transmissão, sem saber qual o motivo, Magalhães deu um duro “carão” em Alceu e este, de bate pronto, respondeu à altura, contrariando ao “Magá”. No outro dia, Alceu recebeu o aviso de que estava demitido. Porém, até hoje Alceu não guarda qualquer rancor, achando ele um fato passageiro em sua vida.

Texto reproduzido do site: futebolsergipano.com.br
Foto reproduzida do site: grandearacaju.com.br

Reproduzido aqui da página do
 Facebook/MTéSERGIPE,  em 20/04/2013.

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