sábado, 10 de agosto de 2019

Entrevista com Thays Freitas, âncora da rádio Bandeirantes

 

Thays Freitas durante apresentação 
do Jornal em 3 Tempos. (Fotos: Eli K. Hayasaka/LT )

Publicado originalmente no site Marquesi-Newsletter, em junho de 2017

Café com Thays Freitas 

Frequência humorada no melhor da tarde

Jornalista rega notícia com humor e diversão nas ondas da Rádio Bandeirantes tornando as tardes dos paulistanos, além de bem informadas, bastante divertidas.

Por Márcio Paula Moraes 

Que o dia a dia de um jornalista é corrido já é sabido por grande parte das pessoas, mas tornar essa correria uma atividade “divertida”, opa, nesse caso, talvez poucos saibam. Levar essa descontração para o trabalho é uma qualidade para poucos, seja lá qual for o segmento. No meio do estresse, do cansaço, da atribulação, do acúmulo de trabalho e o compromisso de estar sempre fazendo o melhor, muitos profissionais se deixam levar para o lado mais perigoso da profissão tornando o seu trabalho custoso e cada vez mais difícil.

Esse definitivamente não é o caso da jornalista Thays Freitas, apresentadora do Jornal em Três Tempos, da Rádio Bandeirantes que, diariamente, ao lado do companheiro Paulo Galvão, informa a cidade com muitas risadas e diversão.

Casada há 12 anos, paulistana e corintiana fanática, como todos os demais, Thays divide sua atenção com o marido e também jornalista Flávio Palhares (diretor da revista Embalagem Marca, publicação segmentada e especializada no setor de embalagens) e com a filha, Cecília, de 4 anos.

Nesta entrevista ao Café.com, do Laboratório de Temas, Thays, conta como começou no jornalismo, do seu jeito de ser, das suas preferências e gostos, enfim, você vai ficar sabendo um pouco mais desta profissional divertida que se preocupa diariamente em levar aos ouvintes da Rádio Bandeirantes a melhor informação, mas sempre abastecida com humor e descontração.

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O que gosta de fazer quando está de folga?

Gosto de aproveitar, da melhor forma, o tempo livre com meu marido e minha filha. Como ela ainda é pequena, os passeios são os de sempre – parque, piscina, casa de amigos com filhos. Sozinha, gosto de ler. Acho que é a principal atividade que eu consegui manter depois do nascimento da Cecília. E viciei em livro digital: é mais fácil de comprar, mais barato. Já o cinema, eu risquei da minha rotina, porque são muitas horas empenhadas numa atividade fora de casa que exclui a minha filha.

Como é a Thays do dia a dia...

Agitada. Estou sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo, e pensando nas que virão em seguida. E não sofro com isso, não.

O que te deixa irritada?

Fome. Sono. E falta de educação.

O que te acalma?

O meu marido, que é um poço de tranqüilidade.

Que tipo de música você gosta de ouvir?

Em primeiro lugar, Chico Buarque, por gosto e hábito. Não pra ouvir todo dia, claro, porque eu também preciso de algo menos complexo! Da adolescência, ficou o gosto por Raul Seixas - mais pelas lembranças que a música me traz, é verdade. Para correr, ouço Queen e ABBA. Antes que me perguntem: não, eu não fico com sono (risos)! E, nos dias mais cansativos, voltando pra casa depois de uma longa jornada, ponho na Nativa para limpar a cabeça e esquecer do jornalismo!

Qual a sua formação acadêmica?

Me formei em Jornalismo pela ECA/USP. Entrei na turma de 90, mas só me formei em 95. Eu comecei a trabalhar no primeiro mês de faculdade, e me enrolei com algumas matérias. Cursei também 3 anos de Direito na São Francisco, depois de formada em Jornalismo. E fiz pós em Gestão de Empresas na ESPM em 2009/2010.

Como você ingressou no jornalismo?

Na Jovem Pan, como rádio escuta, em março de 90. Entrei na faculdade e saí procurando emprego, numa época em que se batia na porta da empresa e perguntava se tinha vaga. Tinha 17 anos, e me contrataram. Fiquei na Pan até 97, e na Eldorado (hoje Estadão-ESPN) até 2006, quando fui convidada para ir para a Bandeirantes.

E na Rádio Bandeirantes?

Eu já havia trabalhado com o José Carlos Carboni, diretor da Bandeirantes, na época de Jovem Pan. Indiretamente, porque ele era o coordenador do esporte, e eu era editora do geral. Em 2006, ele estava procurando alguém para a chefia de reportagem da Bandeirantes, e me convidou. Aceitei, e, um ano depois, passei para a função de editora executiva, que faz a coordenação das chefias de área. Hoje, olhando para trás, acho que tomei a decisão profissional correta. Gosto muito de trabalhar na Bandeirantes, aprendi muita coisa nesses anos. E o grupo de comunicação oferece possibilidades reais de crescimento.

Antes de ser efetivada no Jornal em Três Tempos com o Paulo Galvão, a emissora tentou outros nomes, como o do Agostinho Teixeira. Uma voz feminina era o ideal para substituir a Chiara Luzzati?

Aqui, a história é outra. Quando a Chiara Luzzati saiu da Rádio Bandeirantes, em dezembro de 2010, vi que se abria para mim a possibilidade de voltar para o microfone, e – o que é melhor – fazer isso junto com minha função executiva, da qual eu gosto muito. Propus isso para a direção, e ouvi um sim. O problema é que eu estava com férias marcadas para dezembro, com passagem comprada, hotel reservado etc., e a Chiara não podia esticar mais um mês. Combinamos, então, que eu assumiria o jornal em janeiro, e que, nesse meio tempo, ele seria apresentado pelo Agostinho e pelo Galvão. Pessoalmente, não acho que seja necessária uma dupla homem-mulher para que haja “química” no jornal. Mas tem dado certo.

Substituir a Chiara parece não ser uma tarefa fácil, né? Ela tinha muita identificação com os ouvintes...

Muito difícil. Alguns ouvintes esperavam que eu me comportasse exatamente igual a Chiara, o que é impossível. A Chiara é uma apresentadora muito especial, com voz marcante, posições firmes. Eu não me posiciono exatamente dessa forma, e nem conseguiria. Mas, aos poucos, os ouvintes foram se acostumando comigo. Nas primeiras semanas, muitos perguntavam onde a Chiara estava. Depois, perguntavam onde ela estava, mas diziam que também estavam gostando do meu jeito ao microfone (risos).

Já foi confundida com ela durante a apresentação do programa?

Com a Chiara, não me lembro. Acho que as vozes são muito diferentes. Mas tem ouvinte que me confunde com a Silvânia Alves (produtora da emissora). Outro dia, um perguntou como eu aguentava entrar no ar às 5h30, no Pulo do Gato, e ficar até o Jornal em Três Tempos, às 18h...

Dividir a apresentação do Jornal em Três Tempos com Paulo Galvão torna tudo mais fácil...

Muito, o Galvão é um super parceiro. Conheço-o há mais de 20 anos, trabalhamos juntos na Jovem Pan e na Eldorado. Hoje, no ar, acho que um sabe o que o outro quer dizer antes que qualquer gesto seja feito. Ah, e a gente se diverte MUITO. As risadas que às vezes escapam no ar são só parte do que a gente ri nos intervalos!

Quem são as suas referências do ponto de vista profissional aí na RB?

Do ponto de vista da gestão de pessoas, o meu diretor, José Carlos Carboni, que tem me ensinado a compreender a complexidade das pessoas num ambiente corporativo. Na gestão de negócios, admiro a coragem e a capacidade de identificar oportunidades do VP do Grupo de Rádios, Mário Baccei. Ao microfone, gosto de acompanhar o debate de idéias durante o Jornal Gente, e a forma como cada um dos quatro apresentadores (José Paulo, Salomão, Joelmir e Rafael) se posiciona perante o ouvinte. É uma lição diária. E, naquele rádio companheiro, gosto de ouvir os “causos” do Milton Neves no domingo de manhã. Também aprendo muito com o pessoal do Na Geral – com minha formação de jornalista, desenvolver essa veia mais ligada ao humor é, para mim, um desafio.

O Zé Paulo ficou fora um tempão da apresentação do Pulo do Gato e a Silvânia Alves assumiu um baita abacaxi, não foi?

Não vejo dessa forma. Acho que esse período foi uma oportunidade para ela mostrar, para o público interno e externo, o enorme domínio que ela tem do microfone.

De fato trata-se de uma grande profissional... Aliás, A RB dá a impressão que está sempre se reformulando, uma mescla de experiência de profissionais antigos com a ansiedade dos mais jovens. É isso mesmo ou estou falando bobagem?

É isso mesmo. Nossa redação é bem jovem, e temos, no ar, profissionais muito experientes lado a lado com outras gerações mais jovens. Eu e o Galvão estamos na faixa dos 40; o Rafael Colombo (apresentador do Jornal da Hora e do Gente) e o Sérgio Patrick (coordenador de esportes), na faixa dos 30. Convivemos, todos os dias, com um pessoal de 20 e poucos anos que faz estágio, e com jornalistas com décadas de experiência. Ambiente de redação é democrático, né? E eu espero que a molecada saiba aproveitar essa convivência!

Você tem outras atividades profissionais além da RB?

Não, a rádio me absorve muito. Minha jornada na RB é extensa, fico na redação do meio da manhã até a noite, e ainda fecho os plantões dos domingos. E preciso estar sempre acompanhando a programação – da RB e da concorrência. Tempo é o que mais me falta hoje em dia.

Como é a sua rotina na rádio e qual a sua preparação para apresentar o programa?

Chego por volta das 10h, e me dedico aos assuntos referentes à gestão. Começo a me preocupar com o jornal por volta das 14h. Quando ele acaba, às 18h, supervisiono o fechamento do dia seguinte, e resolvo alguma pendência que tenha ficado da manhã. Sem dúvida, apresentar o jornal é a parte mais divertida do dia.

Qual o ponto mais forte do Três Tempos?

A descontração. Tentamos fazer um programa agradável, companheiro, sem perder o caráter informativo. A notícia, em si, pode ser obtida em outras rádios e outros veículos. Quero que o ouvinte fique conosco não só para ficar bem informado, mas para se sentir acolhido e incluído.

O que você acha que ainda pode ficar melhor?

Achar é pouco, nos travamos uma luta diária pra melhorar! Nós vamos tentando: assuntos novos, formatos diferentes de comunicação, novos canais de interação com ouvinte. Para ficar ainda melhor, precisamos achar a dose certa disso tudo, todos os dias.

Nesse mesmo Café.com, Chiara Luzzati disse que a grande sacada do rádio foi trazer o ouvinte para dentro do estúdio, isto é, a interatividade com o ouvinte torna o programa mais atraente. O que você pensa disso?

Concordo. Outro dia, comentei com o Galvão que eu já me esqueci como era apresentar um programa ao vivo sem interação com o ouvinte em tempo real. A gente fazia no escuro! Hoje, acho que temos um termômetro claro do que agrada e do que não agrada, como se – dentro de um certo limite, claro – tivéssemos uma medição de audiência em tempo real.

Pratica esportes?

Sim, aeróbica e musculação, umas quatro vezes por semana. Corro no Parque da Aclimação, e treino com uma personal. Ter um bom preparo físico me ajuda muito na minha rotina.

O que você mais valoriza e mais despreza numa pessoa?

Pessoas gentis me encantam. Não gosto de arrogância. No ar, tento me posicionar da forma mais simples possível.

Qual o seu time do coração?

Corinthians!

Acha que ele vai ser campeão paulista?

Claro. E da Libertadores também.

Qual a sua opinião sobre a Copa no Brasil?

Como profissional da comunicação, acho que o evento vai criar mercados novos para nós, jornalistas. E isso é sempre bom. Como mãe de uma menina de 4 anos, acho que o evento vai ajudar o país a se firmar num novo patamar, e deixar um legado para as próximas gerações. A forma como esse legado será formado e administrado está em nossas mãos.

Muitos ouvintes da RB vão ler essa entrevista. O que gostaria de dizer a eles que nem sempre é possível dizer no ar?

Em primeiro lugar, eu quero agradecer aos ouvintes pelo espaço que eles nos permitem ocupar no dia-a-dia deles. Eu gosto muito do que eu faço, e sempre apresento o programa de coração aberto. Mas preciso dizer também que, em alguns (poucos) dias, as coisas não saem como gostaríamos. E ainda peço que eles compreendam que apresentar um programa ao vivo é brincar de ser vidraça todos os dias – ainda mais para mim, que tenho uma função de chefia na rádio. É pedir demais? (risos).

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Thays Freitas nasceu em São Paulo/SP e se formou em jornalismo na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Fez pós-graduação em Gestão de Empresas na ESPM.

Iniciou a carreira na rádio Jovem Pan, como rádio-escuta, em março de 1990. Na emissora, também foi âncora. Em 1997, transferiu-se para a rádio Eldorado, onde ocupou o cargo de âncora por nove anos. Ainda na Eldorado, chegou a ser chefe de redação, pouco antes de deixar o veículo, em 2006.

Em 2006, passou para a rádio Bandeirantes, onde foi chefe de redação, a convite de José Carlos Carboni, e desde 2007 é editora-executiva.

Em 2011, com a saída de Chiara Luzzati da emissora, foi convidada para ser âncora, junto com Paulo Galvão, do Jornal Em Três Tempos, acumulando assim a apresentação deste programa com o cargo de editora-executiva. (Atualizado em junho/2012 - Portal dos Jornalistas)

Fonte:http://www.laboratoriodetemas.com/2012/03/cafecom-thays-freitas.html

Texto e imagens reproduzidos do site: marquesi-newsletter.blogspot.com

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