Thays Freitas durante apresentação
do Jornal em 3 Tempos. (Fotos: Eli K. Hayasaka/LT )
do Jornal em 3 Tempos. (Fotos: Eli K. Hayasaka/LT )
Publicado originalmente no site Marquesi-Newsletter, em junho de 2017
Café com Thays Freitas
Frequência humorada no melhor da tarde
Jornalista rega notícia com humor e diversão nas ondas da
Rádio Bandeirantes tornando as tardes dos paulistanos, além de bem informadas,
bastante divertidas.
Por Márcio Paula Moraes
Que o dia a dia de um jornalista é corrido já é sabido por
grande parte das pessoas, mas tornar essa correria uma atividade “divertida”,
opa, nesse caso, talvez poucos saibam. Levar essa descontração para o trabalho
é uma qualidade para poucos, seja lá qual for o segmento. No meio do estresse,
do cansaço, da atribulação, do acúmulo de trabalho e o compromisso de estar
sempre fazendo o melhor, muitos profissionais se deixam levar para o lado mais
perigoso da profissão tornando o seu trabalho custoso e cada vez mais difícil.
Esse definitivamente não é o caso da jornalista Thays
Freitas, apresentadora do Jornal em Três Tempos, da Rádio Bandeirantes que,
diariamente, ao lado do companheiro Paulo Galvão, informa a cidade com muitas
risadas e diversão.
Casada há 12 anos, paulistana e corintiana fanática, como
todos os demais, Thays divide sua atenção com o marido e também jornalista
Flávio Palhares (diretor da revista Embalagem Marca, publicação segmentada e
especializada no setor de embalagens) e com a filha, Cecília, de 4 anos.
Nesta entrevista ao Café.com, do Laboratório de Temas,
Thays, conta como começou no jornalismo, do seu jeito de ser, das suas
preferências e gostos, enfim, você vai ficar sabendo um pouco mais desta
profissional divertida que se preocupa diariamente em levar aos ouvintes da
Rádio Bandeirantes a melhor informação, mas sempre abastecida com humor e
descontração.
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O que gosta de fazer quando está de folga?
Gosto de aproveitar, da melhor forma, o tempo livre com meu
marido e minha filha. Como ela ainda é pequena, os passeios são os de sempre –
parque, piscina, casa de amigos com filhos. Sozinha, gosto de ler. Acho que é a
principal atividade que eu consegui manter depois do nascimento da Cecília. E
viciei em livro digital: é mais fácil de comprar, mais barato. Já o cinema, eu
risquei da minha rotina, porque são muitas horas empenhadas numa atividade fora
de casa que exclui a minha filha.
Como é a Thays do dia a dia...
Agitada. Estou sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo,
e pensando nas que virão em seguida. E não sofro com isso, não.
O que te deixa irritada?
Fome. Sono. E falta de educação.
O que te acalma?
O meu marido, que é um poço de tranqüilidade.
Que tipo de música você gosta de ouvir?
Em primeiro lugar, Chico Buarque, por gosto e hábito. Não
pra ouvir todo dia, claro, porque eu também preciso de algo menos complexo! Da
adolescência, ficou o gosto por Raul Seixas - mais pelas lembranças que a
música me traz, é verdade. Para correr, ouço Queen e ABBA. Antes que me
perguntem: não, eu não fico com sono (risos)! E, nos dias mais cansativos,
voltando pra casa depois de uma longa jornada, ponho na Nativa para limpar a
cabeça e esquecer do jornalismo!
Qual a sua formação acadêmica?
Me formei em Jornalismo pela ECA/USP. Entrei na turma de 90,
mas só me formei em 95. Eu comecei a trabalhar no primeiro mês de faculdade, e
me enrolei com algumas matérias. Cursei também 3 anos de Direito na São
Francisco, depois de formada em Jornalismo. E fiz pós em Gestão de Empresas na
ESPM em 2009/2010.
Como você ingressou no jornalismo?
Na Jovem Pan, como rádio escuta, em março de 90. Entrei na
faculdade e saí procurando emprego, numa época em que se batia na porta da
empresa e perguntava se tinha vaga. Tinha 17 anos, e me contrataram. Fiquei na
Pan até 97, e na Eldorado (hoje Estadão-ESPN) até 2006, quando fui convidada
para ir para a Bandeirantes.
E na Rádio Bandeirantes?
Eu já havia trabalhado com o José Carlos Carboni, diretor da
Bandeirantes, na época de Jovem Pan. Indiretamente, porque ele era o
coordenador do esporte, e eu era editora do geral. Em 2006, ele estava
procurando alguém para a chefia de reportagem da Bandeirantes, e me convidou.
Aceitei, e, um ano depois, passei para a função de editora executiva, que faz a
coordenação das chefias de área. Hoje, olhando para trás, acho que tomei a
decisão profissional correta. Gosto muito de trabalhar na Bandeirantes, aprendi
muita coisa nesses anos. E o grupo de comunicação oferece possibilidades reais
de crescimento.
Antes de ser efetivada no Jornal em Três Tempos com o Paulo
Galvão, a emissora tentou outros nomes, como o do Agostinho Teixeira. Uma voz
feminina era o ideal para substituir a Chiara Luzzati?
Aqui, a história é outra. Quando a Chiara Luzzati saiu da
Rádio Bandeirantes, em dezembro de 2010, vi que se abria para mim a
possibilidade de voltar para o microfone, e – o que é melhor – fazer isso junto
com minha função executiva, da qual eu gosto muito. Propus isso para a direção,
e ouvi um sim. O problema é que eu estava com férias marcadas para dezembro,
com passagem comprada, hotel reservado etc., e a Chiara não podia esticar mais
um mês. Combinamos, então, que eu assumiria o jornal em janeiro, e que, nesse
meio tempo, ele seria apresentado pelo Agostinho e pelo Galvão. Pessoalmente,
não acho que seja necessária uma dupla homem-mulher para que haja “química” no
jornal. Mas tem dado certo.
Substituir a Chiara parece não ser uma tarefa fácil, né? Ela
tinha muita identificação com os ouvintes...
Muito difícil. Alguns ouvintes esperavam que eu me
comportasse exatamente igual a Chiara, o que é impossível. A Chiara é uma
apresentadora muito especial, com voz marcante, posições firmes. Eu não me
posiciono exatamente dessa forma, e nem conseguiria. Mas, aos poucos, os
ouvintes foram se acostumando comigo. Nas primeiras semanas, muitos perguntavam
onde a Chiara estava. Depois, perguntavam onde ela estava, mas diziam que
também estavam gostando do meu jeito ao microfone (risos).
Já foi confundida com ela durante a apresentação do
programa?
Com a Chiara, não me lembro. Acho que as vozes são muito
diferentes. Mas tem ouvinte que me confunde com a Silvânia Alves (produtora da
emissora). Outro dia, um perguntou como eu aguentava entrar no ar às 5h30, no
Pulo do Gato, e ficar até o Jornal em Três Tempos, às 18h...
Dividir a apresentação do Jornal em Três Tempos com Paulo
Galvão torna tudo mais fácil...
Muito, o Galvão é um super parceiro. Conheço-o há mais de 20
anos, trabalhamos juntos na Jovem Pan e na Eldorado. Hoje, no ar, acho que um
sabe o que o outro quer dizer antes que qualquer gesto seja feito. Ah, e a
gente se diverte MUITO. As risadas que às vezes escapam no ar são só parte do
que a gente ri nos intervalos!
Quem são as suas referências do ponto de vista profissional
aí na RB?
Do ponto de vista da gestão de pessoas, o meu diretor, José
Carlos Carboni, que tem me ensinado a compreender a complexidade das pessoas
num ambiente corporativo. Na gestão de negócios, admiro a coragem e a
capacidade de identificar oportunidades do VP do Grupo de Rádios, Mário Baccei.
Ao microfone, gosto de acompanhar o debate de idéias durante o Jornal Gente, e
a forma como cada um dos quatro apresentadores (José Paulo, Salomão, Joelmir e
Rafael) se posiciona perante o ouvinte. É uma lição diária. E, naquele rádio
companheiro, gosto de ouvir os “causos” do Milton Neves no domingo de manhã.
Também aprendo muito com o pessoal do Na Geral – com minha formação de
jornalista, desenvolver essa veia mais ligada ao humor é, para mim, um desafio.
O Zé Paulo ficou fora um tempão da apresentação do Pulo do
Gato e a Silvânia Alves assumiu um baita abacaxi, não foi?
Não vejo dessa forma. Acho que esse período foi uma
oportunidade para ela mostrar, para o público interno e externo, o enorme
domínio que ela tem do microfone.
De fato trata-se de uma grande profissional... Aliás, A RB
dá a impressão que está sempre se reformulando, uma mescla de experiência de
profissionais antigos com a ansiedade dos mais jovens. É isso mesmo ou estou
falando bobagem?
É isso mesmo. Nossa redação é bem jovem, e temos, no ar,
profissionais muito experientes lado a lado com outras gerações mais jovens. Eu
e o Galvão estamos na faixa dos 40; o Rafael Colombo (apresentador do Jornal da
Hora e do Gente) e o Sérgio Patrick (coordenador de esportes), na faixa dos 30.
Convivemos, todos os dias, com um pessoal de 20 e poucos anos que faz estágio,
e com jornalistas com décadas de experiência. Ambiente de redação é
democrático, né? E eu espero que a molecada saiba aproveitar essa convivência!
Você tem outras atividades profissionais além da RB?
Não, a rádio me absorve muito. Minha jornada na RB é
extensa, fico na redação do meio da manhã até a noite, e ainda fecho os
plantões dos domingos. E preciso estar sempre acompanhando a programação – da
RB e da concorrência. Tempo é o que mais me falta hoje em dia.
Como é a sua rotina na rádio e qual a sua preparação para
apresentar o programa?
Chego por volta das 10h, e me dedico aos assuntos referentes
à gestão. Começo a me preocupar com o jornal por volta das 14h. Quando ele
acaba, às 18h, supervisiono o fechamento do dia seguinte, e resolvo alguma
pendência que tenha ficado da manhã. Sem dúvida, apresentar o jornal é a parte
mais divertida do dia.
Qual o ponto mais forte do Três Tempos?
A descontração. Tentamos fazer um programa agradável,
companheiro, sem perder o caráter informativo. A notícia, em si, pode ser
obtida em outras rádios e outros veículos. Quero que o ouvinte fique conosco
não só para ficar bem informado, mas para se sentir acolhido e incluído.
O que você acha que ainda pode ficar melhor?
Achar é pouco, nos travamos uma luta diária pra melhorar!
Nós vamos tentando: assuntos novos, formatos diferentes de comunicação, novos
canais de interação com ouvinte. Para ficar ainda melhor, precisamos achar a
dose certa disso tudo, todos os dias.
Nesse mesmo Café.com, Chiara Luzzati disse que a grande
sacada do rádio foi trazer o ouvinte para dentro do estúdio, isto é, a
interatividade com o ouvinte torna o programa mais atraente. O que você pensa
disso?
Concordo. Outro dia, comentei com o Galvão que eu já me
esqueci como era apresentar um programa ao vivo sem interação com o ouvinte em
tempo real. A gente fazia no escuro! Hoje, acho que temos um termômetro claro
do que agrada e do que não agrada, como se – dentro de um certo limite, claro –
tivéssemos uma medição de audiência em tempo real.
Pratica esportes?
Sim, aeróbica e musculação, umas quatro vezes por semana.
Corro no Parque da Aclimação, e treino com uma personal. Ter um bom preparo
físico me ajuda muito na minha rotina.
O que você mais valoriza e mais despreza numa pessoa?
Pessoas gentis me encantam. Não gosto de arrogância. No ar,
tento me posicionar da forma mais simples possível.
Qual o seu time do coração?
Corinthians!
Acha que ele vai ser campeão paulista?
Claro. E da Libertadores também.
Qual a sua opinião sobre a Copa no Brasil?
Como profissional da comunicação, acho que o evento vai
criar mercados novos para nós, jornalistas. E isso é sempre bom. Como mãe de
uma menina de 4 anos, acho que o evento vai ajudar o país a se firmar num novo
patamar, e deixar um legado para as próximas gerações. A forma como esse legado
será formado e administrado está em nossas mãos.
Muitos ouvintes da RB vão ler essa entrevista. O que
gostaria de dizer a eles que nem sempre é possível dizer no ar?
Em primeiro lugar, eu quero agradecer aos ouvintes pelo
espaço que eles nos permitem ocupar no dia-a-dia deles. Eu gosto muito do que
eu faço, e sempre apresento o programa de coração aberto. Mas preciso dizer
também que, em alguns (poucos) dias, as coisas não saem como gostaríamos. E
ainda peço que eles compreendam que apresentar um programa ao vivo é brincar de
ser vidraça todos os dias – ainda mais para mim, que tenho uma função de chefia
na rádio. É pedir demais? (risos).
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Thays Freitas nasceu em São Paulo/SP e se formou em
jornalismo na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo
(ECA-USP). Fez pós-graduação em Gestão de Empresas na ESPM.
Iniciou a carreira na rádio Jovem Pan, como rádio-escuta, em
março de 1990. Na emissora, também foi âncora. Em 1997, transferiu-se para a
rádio Eldorado, onde ocupou o cargo de âncora por nove anos. Ainda na Eldorado,
chegou a ser chefe de redação, pouco antes de deixar o veículo, em 2006.
Em 2006, passou para a rádio Bandeirantes, onde foi chefe de
redação, a convite de José Carlos Carboni, e desde 2007 é editora-executiva.
Em 2011, com a saída de Chiara Luzzati da emissora, foi
convidada para ser âncora, junto com Paulo Galvão, do Jornal Em Três Tempos,
acumulando assim a apresentação deste programa com o cargo de editora-executiva. (Atualizado em junho/2012 - Portal dos Jornalistas)
Fonte:http://www.laboratoriodetemas.com/2012/03/cafecom-thays-freitas.html
Texto e imagens reproduzidos do site: marquesi-newsletter.blogspot.com
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